segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Jipe-Robô comemora nove anos e envia cartão postal de Marte

Ao mesmo tempo em que a cidade de São Paulo completava 459 anos, bem longe da metrópole um outro personagem também comemorava. No dia 25 de janeiro de 2004 o jipe-robô Opportunity descia no solo marciano para uma missão de apenas três meses, mas há 9 anos continua funcionando impecavelmente!

Paisagem Marciana Matijevic Hill
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Desde que pousou na superfície do Planeta vermelho, o jipe-robô Opportunity não parou de explorar as feições geológicas e o clima de Marte. Até o dia 25 de janeiro de 2013 o rover já tinha percorrido aproximadamente 35 km em solo marciano e enviado à Terra quase 177 mil imagens, que ajudam milhares de pesquisadores a entenderem melhor os mistérios do planeta.

Logos nos primeiros dias de exploração, Opportunity fez importantes descobertas, entre elas a identificação dos meteoritos extramarcianos encontrados na região de Meridiani Planum e também das chamadas blueberries, hematitas esféricas encontradas próximas à borda da cratera Eagle.

jipe Opportunity

Em abril de 2004, o jipe atingiu a cratera Endurance, que ficou conhecida devido às diversas camadas de rochas. O robô contornou toda a cratera e ali fez inúmeras observações importantes. Em 2006, passou mais de dois anos estudando de perto a cratera Victória e em 2011 chegou aos limites da cratera Endeavour para novos experimentos.

Valente, em 2007 o jipe sobreviveu às intensas tempestades de areia que também castigaram o rover Spirit. As tormentas tiveram início em junho de 2007 e a gigantesca quantidade de poeira em suspensão impediu que os painéis solares recarregassem as baterias. Para poupar energia a Nasa instruiu o robô a manter contato com o JPL apenas a cada três dias.

Tempestade marciana
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A tormenta começou a enfraquecer apenas em 7 de agosto, quando o nível das baterias havia atingido o nível mais baixo desde que o jipe havia pousado no planeta. Entretanto, com a diminuição da poeira, lentamente as baterias começaram a recarregar e o jipe voltou às operações.

Atualmente, Opportunity trabalha na área de Matijevic Hill, de onde gentilmente mandou para os leitores do Apolo11 o cartão postal visto no topo do artigo. Feliz Aniversário Opportunity!


Artes: No topo, região de Matijevic Hill, área de estudos atual do valente robô. Acima, mosaico mostra as condições do céu durante a tempestade de poeira de 2007 e que por dois meses impediu que o Opportunity recarregasse suas baterias. Créditos: Nasa/JPL, Apolo11.com.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Estrela Betelgeuse pode colidir com gigantesca muralha cósmica

Parece que tudo pode acontecer com Betelgeuse, a enorme estrela vermelha localizada em um dos vértices da constelação de Órion. De acordo com novos estudos, a estrela poderá se chocar com uma enorme parede de fragmentos que nem os pesquisadores sabem ao certo de onde vem.

Uma nova imagem do Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia, revelou que a velha estrela está localizada muito próxima de uma verdadeira barreira espacial, que segundo algumas teorias é o resultado do material ejetado durante a fase anterior da evolução da própria estrela.

Estrela_Beteugeuse
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No entanto, as novas cenas registradas pelo telescópio Herschel revelam que a muralha pode ser um objeto independente ligado ao campo magnético da galáxia ou então ser a borda de uma nuvem interestelar que está sendo iluminada por Betelgeuse.

Discussões teóricas à parte, os pesquisadores sustentam que se essa verdadeira muralha for de fato um objeto independente, estaria então em rota de colisão com as camadas externas já ejetadas pela estrela, contato que aconteceria em aproximadamente 5 mil anos.

No entender dos cientistas, o choque direto entre a estrela e a massa de partículas acontecerá 12.500 anos mais tarde.

Betelgeuse é uma estrela do tipo supergigante vermelha. Tem cerca de mil vezes o tamanho do nosso Sol e é 100 mil vezes mais brilhante. Para atingir esse estágio, a estrela já derramou no espaço grande parte do seu material, criando um enorme arco ao seu redor. É esse arco que deverá ser o primeiro a se chocar contra a muralha.

Os astrônomos preveem que Betelgeuse deverá passar por uma explosão do tipo supernova nos próximos 1000 anos, quando deverá brilhar pelo menos 10 mil vezes mais, com magnitude equivalente ao da Lua crescente. Outros astrônomos dizem que isso não deverá acontecer tão cedo.

Em ambos os casos, parece que a explosão cataclísmica de Betelgeuse acontecerá bem antes da colisão prevista. Sendo assim, se prepare. Quem viver verá!


Foto: Estrela Betelgeuse vista pelo instrumento PACS (Photodetecting Array Camera and Spectrometer) do telescópio espacial. Herschel. Os arcos à esquerda são parte do material ejetado pela estrela, moldado pela interação entre a onda de choque e o meio interestelar. O pálido material à esquerda é a poeira que deve colidir com a estrela, em evento previsto para os próximos 5 mil anos. Crédito: ESA, Apolo11.com.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Conheça as estrelas que estarão no céu da virada!

 
Exatamente à meia-noite dessa terça-feira, após 366 dias o planeta Terra completará mais uma volta em torno do Sol. Foram 939.95 milhões de quilômetros percorridos à incrível velocidade de 107 mil quilômetros por hora. Uma viagem tão suave que nem percebemos. O momento marca o fim desta viagem e o começo de uma nova jornada em torno do astro-rei. Bem vindo 2013!

Carta Celeste Constelação de Orion
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A precisão dessa viagem é tão grande que todos os anos a Terra atinge a mesma posição dentro de sua órbita e as mesmas estrelas que estavam no céu há 366 dias (2012 foi ano bissexto) poderão ser vistas novamente, praticamente no mesmo lugar. Apenas a Lua e os planetas mudaram de posição.

Durante a passagem do ano é quase obrigatório olhar para o céu. Ali, milhares de fogos de artifício estarão saudando o ano que chega, com uma infinidade de sons e luzes multicoloridas. Em alguns lugares esse espetáculo dura vários minutos, ao mesmo tempo em que as pessoas, emocionadas, se abraçam e desejam votos sinceros de feliz Ano Novo.

Passados os minutos iniciais da comemoração, o brilho dos fogos de artifício vai diminuindo de quantidade e intensidade e nesse momento é normal que as pessoas permaneçam olhando para o céu e falem um pouco sobre as estrelas. Muitas até arriscam os nomes das constelações vistas no firmamento.

Se você é uma dessas pessoas, esse artigo foi feito pra você!
Ele vai ajudá-lo a reconhecer as diversas constelações e objetos presentes nas primeiras horas de 2013, um momento mágico que deve ser curtido com bastante esperança e sabedoria.

Carta Celeste Sirius
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Olhando para cima
O primeiro lugar que as pessoas vão olhar é para o zênite, ou seja, a parte do céu que fica acima da nossa cabeça. É ali que se encontra uma das mais belas constelações do hemisfério sul e que pode ser vista nesta época do ano: a constelação de Órion.

Composta principalmente por quatro estrelas formando um quadrado, Órion também tem três estrelas ao centro, que são popularmente conhecidas como as Três Marias - Mintaka, Alnilam e Alnitak. As duas estrelas inferiores do quadrado são Bellatrix, à esquerda e Beteugeuse, à direita. No topo, à esquerda temos Rigel e à direita, Saiph.

Se nesta noite você tiver um binóculo ou telescópio, verá que a constelação reserva muitas surpresas. Olhe no quadrante superior, acima das Três Marias. Ali se encontra a nebulosa M42, um dos mais belos objetos do céu. É tão belo que você não vai querer parar de ver!

Baixe seus olhos em direção ao Norte e verá a constelação do Cocheiro e ao seu nordeste as estrelas da constelação de Gêmeos onde se destacam Castor e Polux. Na constelação de Touro, o gigante planeta gasoso Júpiter estará presente.

Carta Celeste Constelação do cruzeiro do Sul
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Mais Estrelas
Virando a cabeça para a direita, novas constelações surgirão sobre o quadrante leste, mas quem rouba a cena é a Lua a 10 graus de elevação e a estrela Sirius na constelação do Cão Maior, que estará quase sobre a nossa cabeça. Sirius é facilmente identificável e é a estrela mais brilhante que existe no céu. Sua magnitude é de -1.42 o que a torna uma espécie de farol celestial.

Vire-se 90 graus à direita. Você estará olhando para o Sul e o destaque é outra bela constelação que durante muito tempo orientou os grandes navegadores: o Cruzeiro do Sul, que parece sempre abraçado pela constelação do Centauro.

Agora que você já conhece um pouco mais o firmamento do primeiro dia do ano, chame os amigos e reúna a família. Após o momento da confraternização leve-os para fora de casa e mostre a eles o céu. É uma boa maneira de começar a curtir o novo ano que bate à nossa porta. Feliz 2013!


Artes: Cartas celestes mostram como estará o céu no momento da passagem do ano de 2012 para 2013. Crédito: Apolo11.com.