Uma estrela de nêutrons, cuja densidade pode alcançar cem milhões de toneladas por centímetro cúbico, nasce do colapso de algumas estrelas de grande tamanho ao alcançar o final de sua vida e as de maior massa engendram um buraco negro.
ESO | ||
Impressão artística de estrela de nêutrons; cientistas encontraram uma estrela de nêutrons gerada pelo colapso de uma estrela pesando 40 sóis que não se converteu em buraco negro, como previa a teoria de evolução estelar |
Um magnetar, um tipo particular de estrela de nêutrons com um campo magnético um bilhão de vezes maior que o da Terra, foi detectado no cúmulo estelar de Westerlund 1, a 16 mil anos-luz da Terra, graças ao VLT ("Telescópio Muito Grande", na sigla em inglês) instalado no Chile, segundo informações do ESO (Observatório Europeu Austral) em um comunicado.
Quanto mais maciça é uma estrela, mais curta é sua vida. As estrelas do cúmulo, todas relativamente jovens, têm a mesma idade, entre 3,5 e 5 milhões de anos, segundo as estimativas.
A estrela que se transformou num magnetar teve uma vida mais curta que suas companheiras ainda "vivas", portanto "deve ter sido muito mais maciça", explica Simon Clark, da Open University (Reino Unido), chefe da equipe e coautor do artigo.
Depois de determinar, graças a seus movimentos, a massa de estrelas que evoluíram em par dentro do cúmulo, os astrônomos calcularam que o magnetar provinha de uma estrela tão maciça quanto 40 sóis juntos.
EVOLUÇÃO DE ESTRELAS
Segundo a teoria sobre a evolução das estrelas vigente até agora, esses astros luminosos cuja massa inicial está entre 10 e 25 massas solares formam estrelas de nêutrons, e os que têm uma massa superior a 25 massas solares devem produzir um buraco negro.
"Essas estrelas devem desprender-se de mais de nove décimos de sua massa antes de explodir em uma supernova, caso contrário formarão um buraco negro", afirma Ignacio Negueruela, da Universidade de Alicante (Espanha), que participou nas pesquisas.
A estrela que se converteu em magnetar pode ter possuído uma companheira estelar, que teria absorvido uma parte de sua matéria, em uma espécie de regime de emagrecimento gigantesco, o que explicaria o fato de não ter se convertido num buraco negro.
Mas os astrônomos se questionam: se uma estrela com mais de 40 massas solares consegue não evoluir até um buraco negro, qual é a massa realmente necessária para uma estrela entrar em colapso e formar um buraco negro?
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