quarta-feira, 27 de julho de 2011

Radiotelescópio Parkes de 64 metros

Primeira espaçonave privada irá se atracar à ISS em Dezembro

Aparentemente a pressão feita sobre a agência espacial norte-americana com o fim do programa dos ônibus espaciais levou a uma antecipação da primeira missão privada à Estação Espacial Internacional SpaceX

A NASA e a SpaceX parecem ter chegado a um acordo para a primeira missão privada para a Estação Espacial Internacional.

Apenas um ano depois de seu primeiro teste, a nave Dragon deverá ser lançada no dia 30 de Novembro e se atracar à Estação no dia 7 de Dezembro.

NASA e SpaceX já possuem um contrato que prevê 12 voos de carga, a serem realizados entre 2012 e 2015.

Aparentemente a pressão feita sobre a agência espacial norte-americana com o fim do programa dos ônibus espaciais levou a uma antecipação do primeiro voo.

Hoje, os Estados Unidos "estão no chão", como se diz no jargão aeroespacial, dependendo inteiramente dos seus parceiros russos, japoneses e europeus.

Mudança de planos

O lançamento e atracação com a Estação também é uma novidade.

A ideia original era seguir os passos dos programas anteriores da NASA, fazendo um primeiro voo de aproximação e, tudo correndo bem, partir para a atracação em outra missão.

"Nós concordamos tecnicamente com a SpaceX que queremos combinar esses voos," disse William Gerstenmaier, administrador de operações espaciais da NASA. "Estamos fazendo todo o planejamento para termos essas missões combinadas, mas ainda não lhes demos a aprovação formal."

Foguetes privados

O lançamento deverá ser feito a bordo de um foguete Falcon 9, da própria SpaceX.

Mas a empresa quer fazer voos mais altos, e já prepara o seu Falcon Heavy que deverá ser o foguete mais potente do mundo.

Mesmo se tudo der certo, os Estados Unidos continuarão dependendo dos seus parceiros para voos tripulados, porque a Dragon é uma nave cargueira.

Ou, pelo menos era assim no planejamento inicial. No início deste ano, a empresa comentou em nota que "astronautas voando a bordo da Dragon estariam consideravelmente mais seguros" do que nos ônibus espaciais.

http://www.ie.org.br/site/noticia.php?id_sessao=4&id_noticia=5695

terça-feira, 26 de julho de 2011

OVNI EM EMBU DAS ARTES E LIMEIRA, SP - BRASIL

Moradores relataram ter visto um objeto voador não identificado (OVNI) entre a noite de sábado (23/07/2011) e a madrugada deste domingo (24/07/2011) em Embu, na Grande São Paulo.

As cenas mostram luzes girando em torno de uma outra luz ao centro. Procuradas na manhã , as assessorias de imprensa da Aeronáutica, em Brasília (DF), e da Polícia Militar, em São Paulo, informaram que não registraram nenhuma ocorrência envolvendo OVNI em Embu entre sábado e domingo.

Cringer Ferreira Prota e outras 30 pessoas viram o suposto OVNI próximo a um cemitério, no bairro Santa Tereza, em Embu. “Eu não filmei, mas muitas pessoas filmaram. Era bem grande, do tamanho de uma avião boeing. O que me chamou a atenção é que ficava estático”.

Um OVNI semelhante teria aparecido em Limeira, SP em 18/02/2011.

Suposto óvni em Embu das Artes (SP)


Um objeto não-identificado, avistado nos céus de Embu das Artes, região metropolitana de São Paulo, no último sábado (23), deixou a população da cidade eufórica. Vários moradores do bairro de Santa Tereza presenciaram o suposto óvni cercado por luzes azuis.

A dona de casa Brasília da Silva é uma das testemunhas da aparição do objeto não-identificado na cidade. “Era parecido com um disco redondo, com muitas luzes azuis e estava muito alto. Todo mundo parou pra ver. Parecia cena de cinema,” afirma. O estudante Renato Silva acredita que o objeto é uma pipa. “Um amigo comentou que alguém colocou uma pipa iluminada no céu”, diz.

Em entrevista ao UOL Tabloide, Sílvio Voce, especialista em fabricação de pipas, confirma a tese de que trata-se de uma pipa. “Um concorrente meu, inclusive, fez uma pipa muito parecida com esse objeto, ela se assemelha a um relógio e possui luzes ao redor. Há 90% de chances de não ser um óvni, finaliza”

quinta-feira, 21 de julho de 2011

OVNI / UFO - Em foto no Google earth

UFO encontrado no Google earth, vi um vídeo no youtube e decidi encontrar o ufo também, hoje dia 15.07.2011, confira você também antes que a imagem seja retirada do ar.
Coordenadas
34°21'12.98"S 18°29'22.61"E

Veja: www.youtube.com/watch?v=dJ0gH3cApkU


Atualização (17.07.11)
Informações:
As fotografias 360° são produtos de terceiros, inseridas no "360 Cities".
Está informação está logo abaixo da foto
"Fotografia panorâmica por Vasiliy Nikitenko Criado em 03:58, 20/09/2010"
Link direto para a foto:
http://www.360cities.net/image/good-hope-2#125.70,-22.62,27.6

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O que é que enche o vácuo?

20.07.2011, 12:31
© foto: SXC.hu

Os cientistas estão prestes a desvendar o mistério de desenvolvimento do Universo. Um grupo de astrônomos britânicos e australianos demonstrou a existência da chamada "energia escura" que  faz o Universo alargar-se cada vez mais rapidamente. Esta descoberta põe em dúvida as teorias elegantes, baseadas na concepção não tradicional da gravitação.

Na década de 20 do século passado soube-se que o Universo está se alargando e que os quanto mais longínquos e remotos estão os objetos tanto maior é a velocidade da sua fuga. Impõe-se a impressão de que eles seriam impelidos por uma certa força. Esta força foi chamada "escura", pois se trata de uma energia invisível que preenche uniformemente o vazio. O princípio teórico deste fenômeno foi formulado em 1998. No entanto alguns cientistas negavam a existência da energia escura. Na sua opinião  a causa do fenômeno era outra – afirmava-se que nas distâncias grandes e supergrandes as leis de gravitação funcionam de uma outra maneira: inicialmente a atração mútua diminui e depois transforma-se em repulsão. Esta teoria foi fundamentada nas obras de "modificação da gravitação".

Mas agora os astrônomos demonstraram com ajuda de dois métodos totalmente independentes que a energia escura realmente existe. Durante cinco anos os britânicos e australianos conseguiram recolher com ajuda de um telescópio terrestre e um telescópio orbital dados sobre a "fuga" de 200 mil galáxias. Foi isso que constituiu a essência do primeiro método. O segundo conjunto de informações dizia respeito à velocidade de formação das aglomerações de galáxias e à heterogeneidade da sua distribuição no espaço. As galáxias mais velhas, que foram incluídas nesta "lista", têm à volta de 8 bilhões de anos, o que corresponde a mais da metade da idade do Universo.

Uma análise de toda a informação obtida confirmou o fenômeno de matéria escura. O mais simples é compará-lo ao fenômeno de antigravitação, - explica Pavel Lebedev, pesquisador – sênior do Centro Astrocósmico do Instituto Físico junto da Academia de Ciências da Rússia.

A energia escura é um certo meio condensado com propriedades totalmente incomuns. Esta energia possui uma pressão negativa enorme. A sua densidade aumenta à medida que o Universo se dilata. Se a sua quantidade é muito grande, o Universo alarga-se com uma certa aceleração e em vez da atração surge o fenômeno de repulsão.

Mas os adeptos da chamada "gravitação modificada", que negavam a existência da energia escura, não estão dispostos a render-se Procuram aplicar os seus cálculos não somente para explicar a fuga das galáxias, mas também para os casos em que se trata de distâncias muito menores do que bilhões de anos-luz. Os físicos conhecem a chamada "anomalia dos Pioneiros", isto é, o desvio estranho dos veículos "Pioneiro – 10" e "Pioneiro – 11", lançados há 40 anos em direção aos extremos do Sistema Solar, em relação a suas órbitas pré-calculadas. O cientista norueguês Kjell Tangen conseguiu explicar através de emendas das fórmulas de gravitação a atual posição dos "Pioneiros", mas as órbitas reais do Urânio e do Plutônio não se inscrevem nos seus cálculos. Portanto, os teóricos certificaram-se mais uma vez de que a troca de leis é uma via que leva para um beco sem saída. Quanto à trajetória destes veículos, esta podia ser mudar por causa da radiação térmica dos seus próprios sistemas de geração de energia ou em resultado da influência da matéria escura, chamada também substância escura. Por enquanto pode-se fazer apenas uma idéia indireta a respeito da influência desta substancia misteriosa, utilizando, por exemplo, o fenômeno de deturpação da forma espiralada das galáxias devido à distorção dos raios de luz por grandes massas invisíveis. Pavel Ivanov prossegue:

A substância escura é constituída por partículas, cuja pressão é tão pequena em comparação com a energia escura, que pode ser menosprezada. Os cosmólogos afirmam que elas formam a "poeira cosmológica". No processo de alargamento a sua densidade diminui. Se conseguirmos descobri-las, será clara a natureza das interações elementares e a natureza das partículas.

Mais de 95% da massa oculta do Universo corresponde à substância escura e à matéria escura, enquanto que a sustância atômica comum, de que são constituídos os seres humanos, os planetas e a estrelas, responde por menos de 5% desta massa,- afirma o cientista. O esclarecimento da natureza da substancia escura e da energia escura representa, provavelmente, o maior problema das ciências naturais. Espera-se que o "Espectrômetro magnético – alfa", que a lançadeira espacial "Endeavour" levou há relativamente pouco para a Estação Espacial Internacional, permita resolver este problema. Este aparelho único é obra conjunta de cientistas de 16 países, incluindo a Rússia. Este espectrômetro de 7 toneladas irá buscar nos raios cósmicos os produtos da interação fraca entre a substancia escura e a substancia comum.

http://portuguese.ruvr.ru/2011/07/20/53467435.html

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O que faz um buraco negro entrar em atividade?

Com informações do ESO - 13/07/2011
Buracos negros são dependem de colisões de galáxias para se tornarem ativos
O campo COSMOS, com os "alvos" mostrando o grande número de galáxias de brilho muito fraco.[Imagem: CFHT/IAP/Terapix/CNRS/ESO]
Buracos negros ativos e inativos
Um novo estudo, que combina dados do Telescópio VLT, do Observatório Europeu do Sul (ESO) e do observatório espacial de raios X XMM-Newton da Agência Espacial Europeia (ESA), fez uma descoberta surpreendente.
A maior parte dos buracos negros gigantes que se encontram no centro das galáxias desde os últimos 11 bilhões de anos não se tornaram ativos devido a fusões de galáxias, como se pensava até agora.
No coração da maior parte das grandes galáxias (ou até mesmo em todas) existe um buraco negro de massa extremamente elevada, com uma massa de milhões de vezes, ou até bilhões de vezes, a massa do Sol.
Em muitas galáxias, incluindo a nossa própria Via Láctea, o buraco negro central não se encontra em atividade.
Mas em algumas galáxias, particularmente no início da história do Universo, o monstro central alimenta-se de material que emite imensa radiação à medida que cai no buraco negro - as galáxias ativas mais brilhantes eram mais comuns no Universo cerca de três a quatro bilhões de anos depois do Big Bang, enquanto os objetos menos brilhantes aparecem mais tarde, cerca de oito bilhões de anos depois do Big Bang.
Ignição do ponto buraco negro
Um dos mistérios por resolver está em descobrir de onde vem o material que ativa um buraco negro adormecido, originando violentas explosões no centro da galáxia, tornando-o assim num núcleo ativo de galáxia.
Até agora, os astrônomos pensavam que a maioria destes núcleos ativos se "acendiam" quando se dava a fusão de duas galáxias ou quando duas galáxias passavam muito perto uma da outra e o material perturbado se tornava o combustível do buraco negro central.
No entanto, novos resultados indicam que esta ideia pode estar errada no caso de muitas galáxias ativas.
Viola Allevato, do Instituto Max-Planck, na Alemanha, juntamente com uma equipe internacional de cientistas da colaboração COSMOS observaram detalhadamente mais de 600 galáxias ativas numa região do céu extensivamente estudada, o chamado campo COSMOS.
O campo COSMOS é uma área com cerca de dez vezes o tamanho da Lua Cheia, na constelação do Sextante. Foi mapeada por uma série de telescópios em diferentes comprimentos de onda, de modo que muitos estudos e investigações possam se beneficiar desta imensidão de dados.
Buracos negros não dependem de colisões de galáxias para se tornarem ativos
Algumas das galáxias estudadas, incluindo galáxias com núcleos ativos (AGN) e galáxias com núcleos inativos. [Imagem: NASA/ESA/M. Cisternas]
Núcleos ativos de galáxias
Tal como se esperava, os astrônomos descobriram que os núcleos ativos extremamente brilhantes são raros, enquanto a maior parte das galáxias ativas nos 11 bilhões de anos anteriores são apenas moderadamente brilhantes.
No entanto, os cientistas tiveram uma enorme surpresa: os novos dados mostram que a maioria das galáxias ativas mais comuns, as menos brilhantes, não se tornaram ativas devido à fusão de galáxias.
A presença de núcleos ativos de galáxias revela-se através dos raios X emitidos pela região que circunda o buraco negro. O telescópio espacial XMM-Newton observou esta radiação e as galáxias foram a seguir observadas pelo VLT, no Chile, que mediu as distâncias até estes objetos.
Quando se combinam os dois tipos de observações é possível fazer um mapa tridimensional que nos mostra onde se encontram as galáxias ativas.
"Demoramos mais de cinco anos, mas conseguimos obter um dos maiores e mais completos catálogos de galáxias ativas no céu em raios X," diz Marcella Brusa, uma das autoras do estudo.
Os astrônomos utilizaram este novo mapa para determinar a distribuição das galáxias ativas e compararam estes resultados às predições feitas pela teoria. Determinaram também como é que esta distribuição varia à medida que o Universo envelhece - desde há aproximadamente 11 bilhões de anos até aos nossos dias.
Fundindo a teoria da fusão
A equipe descobriu que os núcleos ativos são encontrados majoritariamente em galáxias de massa muito elevada, que contêm muita matéria escura.
A matéria escura é uma substância misteriosa que forma uma componente invisível na maior parte, senão mesmo todas, as galáxias (ativas ou não) - incluindo a nossa própria Via Láctea. Os autores estimaram a quantidade de matéria escura em cada galáxia - valor que indica a sua massa total - a partir da distribuição de galáxias no novo estudo.
Este fato revelou-se surpreendente e nada consistente com as previsões feitas pela teoria - se a maior parte dos núcleos ativos fossem uma consequência de fusões e colisões entre galáxias seria de esperar que fossem encontrados em galáxias com massa moderada (cerca de um trilhão de vezes a massa do Sol).
A equipe descobriu que a maior parte dos núcleos ativos se encontra em galáxias com massas cerca de 20 vezes maiores do que o valor previsto pela teoria da fusão.
"Estes novos resultados abrem-nos uma nova janela sobre como é que os buracos negros de massa extremamente elevada iniciam as suas 'refeições'," diz Viola Allevato, autora principal do artigo que descreve este trabalho.
"Estes resultados indicam que os buracos negros são normalmente alimentados por processos gerados no interior da própria galáxia, tais como instabilidades do disco e formação estelar violenta, em oposição a colisões de galáxias," explica Allevato.
Alexis Finoguenov, que supervisou o trabalho, conclui: "Mesmo no passado distante, até cerca de 11 bilhões de anos atrás, as colisões de galáxias apenas justificam uma pequena percentagem das galáxias ativas moderadamente brilhantes. Nessa altura as galáxias estavam todas mais próximas umas das outras e portanto era de se esperar que a fusão fosse mais frequente do que no passado mais recente. Por isso mesmo os novos resultados são ainda mais surpreendentes."
Bibliografia:

The XMM-Newton wide field survey in the cosmos field: redshift evolution of agn bias and subdominant role of mergers in triggering moderate luminosity agn at redshift up to 2.2
V. Allevato, A. Finoguenov, N. Cappelluti, T. Miyaji, G. Hasinger, M. Salvato, M. Brusa, R. Gilli, G. Zamorani, F. Shankar, J. B. James, H. J. McCracken, A. Bongiorno, A. Merloni, J. A. Peacock, J. Silverman, A. Comastri
Astrophysical Journal
July 2011
Vol.: Accepted for publication
http://arxiv.org/abs/1105.0520v1
 
 
 

Impacto de Tunguska ainda gera controvérsias entre cientistas

Na manhã de 30 de junho de 1908, uma gigantesca bola de fogo penetrou na alta atmosfera na região centro-norte da Sibéria. Na ocasião, mais de 2 mil quilômetros de florestas foram completamente devastados por um meteoro de 110 toneladas, que criou uma bola de fogo com energia similar à explosão de 185 bombas atômicas similares à de Hiroshima.
Batizado como Evento de Tunguska, o impacto na atmosfera ocorreu às 07h17 da manhã. Devido à rotação da Terra, se o meteoro tivesse atingindo a atmosfera cinco horas mais tarde destruiria por completo a cidade de São Petersburgo, na época capital do Império Russo.
De acordo com Don Yeomans, cientista-chefe do NEO, Laboratório de Objetos Próximos à Terra, da Nasa, a bola de fogo foi provocada por um objeto de cerca de 110 toneladas, que entrou na atmosfera a 54 mil km/h. Durante a rápida imersão o bólido aqueceu o ar ao seu redor a uma temperatura de 24 mil graus Celsius.
Por ser uma região totalmente inóspita, a explosão foi ouvida por poucos moradores locais, mas de acordo com relatos da época a luminosidade foi tão intensa que durante os dois dias seguintes era possível ler livros na cidade de Londres, há mais de 10 mil quilômetros de distância. Modelos matemáticos recentes mostram que a onda de choque gerada pelo impacto circundou a Terra por duas vezes através da atmosfera.
Apesar da explosão ter ocorrido em 1908, os primeiros estudiosos chegaram ao local somente 19 anos depois, após uma série de tentativas frustradas de se atingir a região, dificultadas pelas severas condições siberianas e pala falta de interesse do regime czarista.
Devido o impacto ter ocorrido a aproximadamente 9 mil metros de altitude, não houve marcas ou crateras deixadas na superfície, mas pelo menos 2 mil quilômetros de florestas foram completamente destruídas abaixo do local do ponto de entrada. O fato gerou uma grande quantidade de opiniões divergentes e conspiratórias, entre elas a possibilidade da queda de uma nave espacial e até mesmo a explosão de uma bomba alienígena.

Estudos
Em julho de 2008, um grupo de cientistas europeus confirmou terem encontrado evidências de alta concentração de chuva ácida na região do desastre siberiano, o que fortaleceu a teoria do impacto espacial.
A conclusão estava baseada no estudo do perfil de amostras de turfas retirados da região do desastre, que foram mantidas intactas pelo gelo permanente da região. Nas amostras foram encontrados elevados níveis de nitrogênio pesado e isótopos de carbono 15N e 13C, sendo que as maiores concentrações foram medidas nas áreas do epicentro da explosão e ao longo da suposta linha de entrada do objeto cósmico.

Chuva Ácida
O estudo mostrou que pelo menos 200 mil toneladas de nitrogênio foram precipitadas sobre a região de Tunguska no momento do impacto. "A fulgurante entrada espacial produziu temperaturas extremamente altas. O oxigênio na atmosfera reagiu com o nitrogênio produzindo uma grande quantidade de óxidos de nitrogênio", disse a pesquisadora Natalia Kolesnikova, autora do estudo e ligada à Universidade de Moscou.

Processos Extraterrestres
De acordo com Evgeniy Kolesnikov, especialista em isótopos e estudioso do Evento Tunguska há mais de 20 anos, o nível de acumulo de carbono 13C registrado nas amostras de trufas de 1908 não pode ser explicado por processos terrestres naturais e sugere que a catástrofe de Tunguska tenha realmente origem cósmica.
Tatjana Böttger, ligada ao centro Helmholtz, concorda Kolesnikov. Segundo ela, a causa mais provável seria o impacto de um asteroide do tipo-C como 253 Mathilde ou até mesmo um cometa, como Borelly.
Até hoje, não existe um consenso entre os cientistas sobre o que teria provocado o evento de Tunguska, com as teorias divididas entre a colisão de um meteoro ou choque de um cometa contra a alta atmosfera, mas os estudos mais recentes do episódio fortalecem a hipótese de que o agente causador do impacto tenha sido de fato um pequeno cometa.


Fotos: Imagens registradas em 1927 pelo mineralogista soviético Leonid Kulik, especialista em meteoritos e líder das primeiras expedições à região de Tunguska. As cenas mostram a localidade siberiana abaixo do impacto do objeto, caracterizada pelo efeito de "entortamento" das árvores. Efeito semelhante só seria visto novamente em 1945 na cidade japonesa de Hiroshima. Crédito: Wikimedia Commons e Museu Natural de São Petersburgo.
 
 
 

terça-feira, 12 de julho de 2011

OVNIs, verdade guardada em segredo ou pura fantasia?

Um OVNI no cantão de Zurique. Para o CUSI, a imagem pode ser considerada autêntica.
Legenda: Um OVNI no cantão de Zurique. Para o CUSI, a imagem pode ser considerada autêntica. (CUSI)

Por Luigi Jorio, swissinfo.ch


Único em seu gênero no país, o "Centro Ufológico da Suíça Italiana" (CUSI) coleta e analisa os testemunhos de manifestações incomuns.

Segundo a diretora do centro, Candida Mammoliti, há evidências suficientes para provar que a vida extraterrestre não é apenas coisa de ficção científica.

A notícia saiu em vários jornais da Suíça: durante uma noite do outono de 2008, um objeto voador extremamente luminoso foi visto acima de Claro, perto de Bellinzona, no Ticino (sul).
 
Entre as numerosas testemunhas, um político local, Pierre Rusconi, que diz ter visto "a coisa" se deslocando no céu a uma velocidade três vezes maior que a de um avião. Logo depois, informaram que naquele mesmo dia, a Estação Espacial Internacional (ISS) havia passado sobre a região. Para alguns, o misterioso objeto podia ter sido um meteorito.
 
Se o aparecimento em questão pode ser explicado de forma racional, existem vários outros casos em que uma pessoa comum se depara com fenômenos claramente anormais, explica à swissinfo.ch Candida Mammoliti, diretora do CUSI. "Se um objeto flutua, muda a forma ou se move em uma velocidade exorbitante, estimada entre 30 a 40 mil quilômetros por hora, podemos supor, com boa razão, que se trata de movimentos inexplicáveis".
 
"Qualquer piloto militar ou companhia aérea pode dizer que é impossível fazer uma curva de 90 graus. No entanto, nos documentos que foram coletados, vemos que essas coisas acontecem."
 

Avistamentos em alta

Criado em 1995, o centro privado CUSI registrou até agora 400 casos de OVNIs. "Nós trabalhamos de forma científica: para cada avistamento preenchemos uma ficha e, em seguida, procedemos a uma avaliação", afirma Mammoliti.
 
Segundo a diretora do observatório de extraterrestres, a maioria dos relatos são facilmente explicados por fenômenos atmosféricos ou astronômicos. Ou porque a pessoa confundiu um avião com algo desconhecido. "Em outros casos, no entanto, estamos claramente diante de um OVNI, um objeto voador não identificado. Nesse caso, apuramos para ver se é uma matriz não-terrestre".
 
Para a avaliação técnica de fotografias e imagens de vídeo, o centro é aconselhado por técnicos de informática, pilotos e funcionários do Centro ufologico nazionale da Itália.
 
A impressão, diz Mammoliti, é que nos últimos anos os avistamentos estão aumentando. "Talvez as pessoas estejam um pouco mais atenciosas ou comunicam mais facilmente suas próprias experiências. Deve ser dito que a testemunha de um avistamento hesita muitas vezes em falar sobre isso, com receio de ser ridicularizada. É uma pena que as reações sempre falam de alucinações e falsas interpretações".


 
Os círculos nas plantações de trigo em Silbury Hill, na Inglaterra.

Os círculos nas plantações de trigo em Silbury Hill, na Inglaterra. (CUSI)


 

Anomalias no trigo

Para a grande parte do mundo científico, político e da opinião pública todos os fenômenos até agora classificados como "alienígenas" são perfeitamente explicáveis: das estranhas formas geométricas feitas em plantações às formações luminosas no céu, do incidente de Roswell aos mistérios do Triângulo das Bermudas. Mas será que estamos realmente certos?
 
Para Candida Mammoliti, trata-se de tentar esconder algo "difícil de explicar, mas que diz respeito a todos". E não faltam provas para isso. "Há vestígios de aterrisagens e inúmeros testemunhos de pessoas credenciadas: pilotos, astronautas, cientistas, físicos nucleares e políticos, reunidos desde 1947, ano em que o piloto americano Kenneth Arnold relatou pela primeira vez publicamente ter visto um OVNI". 
 
"Tem também o caso do coronel da força aérea americana Philip Corso, que autentificou a autópsia realizada em criaturas recuperadas depois do acidente em Roswell, em 1947." E os famosos círculos em plantações? Os partidários da mensagem extraterrestre ficaram contrariados com as revelações dos dois aposentados ingleses que admitiram ter realizado a farsa. "Na origem de muitos círculos - diz Cândida Mammoliti - há realmente pessoas, é inegável. Fomos, no entanto, até a Inglaterra para examinar de perto estas formações. As descobertas foram extraordinárias". 
 
"O trigo dobrado apresentava anomalias. Os grãos pareciam atrofiados, deformados em alguns casos. Os caules foram dobrados na mesma altura e tinham os nódulos inchados. Uma pessoa pode fazer um círculo na plantação, mas não pode alterar a estrutura do vegetal." Nenhuma ameaça vinda do espaço.
 
 Para reforçar a crença daqueles que acreditam na existência de seres extraterrestres, o site do FBI publicou, há algumas semanas, os documentos relacionados com o caso e considerados confidenciais. Segundo uma fonte citada em um documento da força aérea americana de 1950, foram encontrados em Roswell (Novo México) três discos voadores ocupados por "três corpos de forma humanóide de pelo menos um metro de altura e vestidos com um tecido metálico". Candida Mammoliti prefere, no entanto, ser cautelosa. "Não sabemos se são documentos verdadeiramente autênticos".
 
 Porém, o que é certo, argumenta, é que os governos do mundo estão interessados em fenômenos extraterrestres. Um deles seria o da Suíça. "Luc Bürgin é um ufólogo de Basileia. Em um de seus livros foram publicados documentos da força aérea suíça dos anos 70, que se referem a relatórios detalhados de avistamentos.
 
Assim, pelo menos no passado, esses fenômenos eram estudados nas instalações militares da Suíça." "Eu acho que a força aérea está ciente desses fenômenos - afirma Mammoliti - mas não se interessa muito pelo assunto. Para as forças armadas, o mais importante é a garantia da segurança nacional e os OVNIs não são, de forma alguma, uma ameaça."
 
Os OVNIs, ou mais especificamente a vida extraterrestre é sem dúvida uma das questões que durante séculos tem dividido opiniões. Dos Maias até hoje, a questão OVNI foi tema de diversas publicações, imagens e debates.

Leitores questionam Erich von Däniken

12. Julho 2011 - 15:47
 
Fotografia de um suposto Óvni na Bélgica, em 1990.
Legenda: Fotografia de um suposto Óvni na Bélgica, em 1990. (J.S. Henrardi (Wikimedia Commons)

Por Alexander Thoele, swissinfo.ch


O famoso escritor e ufólogo suíço ainda tem uma legião de admiradores nos países lusófonos.

swissinfo.ch pediu aos leitores que enviassem questões. Algumas delas foram selecionadas. E quem responde é Erich von Däniken, pessoalmente.


As questões foram enviadas por e-mail ou através da rede social Facebook.


swissinfo.ch: O senhor conhece a obra de Zecharia Sitchin sobre os deuses sumérios Annunakis? (Pergunta de Alan Eric, Niterói, Brasil) 

E.v.D.: Por muito tempo eu e o Zecharia Sitchin fomos bons amigos. Ele é um orientalista que conseguia decifrar a escrita cuneiforme dos sumérios. Ele escreveu uma longa séria de fantásticos livros e que tinham um tom parecido com os meus. Ele também diz que extraterrestres estiveram por aqui e deixaram pistas. Ele chama os extraterrestres de Annunaki. E, em um dos seus livros, ele afirma que Annunaki teria vindo de um planeta que pertence ao nosso sistema solar, mas que teria uma órbita de três mil e seiscentos anos, ou seja, o tempo que leva para passar pelo interior do nosso sistema. Essa ideia não considero muito boa, pois a astronomia nunca descobriu esse planeta. Não concordamos em algumas coisas, mas temos bastantes pontos em comum. Ele faleceu há pouco tempo.


swissinfo.ch: O senhor pensa que os "deuses" do passado retornarão um dia ao nosso planeta e irão nos "julgar"? (Pergunta de Raineri Silva, Paranavaí, Brasil) 

E.v.D.: No passado, há milhares de anos, os nossos antepassados eram homens da Idade da Pedra. De um ponto de vista tecnológico éramos primitivos. Foi quando chegaram os extraterrestres e esses nossos antepassados não compreenderam. Erroneamente eles achavam que os extraterrestres eram deuses. Mas nós sabemos que não existem deuses. Existe apenas Deus, o grandioso espírito da criação como costumo dizer. Assim os deuses entraram nas lendas, nos mitos e, em parte, até nas antigas religiões e até na nossa, judaico-cristã. Na Bíblia encontramos várias descrições como, por exemplo, em Ezequiel: o do veículo que desce das nuvens. Encontramos descrições no profeta Enoque, em Abraão e outros. Esses chamados "deuses" irão retornar um dia, pois os prometeram. As pessoas perguntaram quando e eles não eram capazes de respondê-los com exatidão já que estamos falando aqui de distâncias enormes em anos-luz. Nesse reencontro haverá um grande choque, mas não acredito que os extraterrestres serão malignos. O chamado "Juízo Final" irá ocorrer na Terra, pois as pessoas irão descobrir que, por milhares de anos, acreditavam em inverdades. Será o "Juízo Final" da consciência, na verdade, e não um onde o mundo termina.


swissinfo.ch: Os maias, egípcios e incas receberam ajuda externa para construir suas obras? (Pergunta de Alex Romildo, Brasil) 

E.v.D.: Esses povos antigos construíram obras gigantescas. Eu penso nas belas pirâmides, templos e outras. A ciência diz que eles o fizeram para os deuses. Agora eu pergunto: para que deuses? Normalmente a ciência diz que eram os deuses da natureza, pois as pessoas não entendiam o que era um raio, trovão ou terremotos e, portanto, acreditavam serem essas forças divinas. Elas também não entendiam as estrelas, a lua ou um eclipse. Até aí tudo bem. Mas então eu digo: a natureza não fala e, em vários documentos históricos, os deuses falam. Por exemplo, eles deram instruções especiais para a criação de calendários, onde a Terra gira em torno do Sol em 365 dias. E para todas essas informações fornecidas não temos forças naturais. As pessoas eram informadas por povos estranhos que eles chamavam de deuses. E para voltar às pirâmides, é óbvio que elas foram construídas por seres humanos e não extraterrestres. Porém a tecnologia foi trazida de fora. Quéops, construtor da grande pirâmide há 2.500 anos antes do nascimento de Cristo: seu pai era Snefru, que praticamente saiu da Idade da Pedra. Falta o tempo necessário para uma evolução da tecnologia que permitisse construir uma obra nessas dimensões. Sou da opinião que as pessoas daquela época receberam ajuda externa, talvez ferramentas ou instrumentos de medida.


swissinfo.ch: Será que o senhor imaginou que essas civilizações extraterrestres não poderiam ter tido origem aqui mesmo no nosso planeta, antes da história conhecida? (Pergunta de Amnyoteph, Brasil) 

E.v.D.: Não é possível descartar completamente esta hipótese. Na arqueologia e tecnologia houve evoluções. Nossos antepassados, por exemplo, aprenderam a milhares de anos a fabricar flechas e arcos, ou como polir pedras. Eles também aprenderam como transportar grandes blocos de pedra ou construir casa. Há mil anos não tínhamos alta tecnologia no planeta. Nos textos históricos ela existia, mas pertencia aos deuses e não os seres humanos. Eu não acredito que tínhamos no passado uma cultura elevada originada dos seres humanos, mas talvez dos extraterrestres.

Erich von Däniken: "O mundo não acaba em 2012"

12. Julho 2011 - 15:47
Uma vida atribulada à caça do desconhecido: Däniken ao completar 75 anos em 2010.
Legenda: Uma vida atribulada à caça do desconhecido: Däniken ao completar 75 anos em 2010. (RDB)

Por Alexander Thoele, swissinfo.ch


O retorno prometido de extraterrestres em 23 de dezembro de 2012? O escritor e ufólogo suíço Erich von Däniken fala sobre esse outros mistérios em entrevista exclusiva à swissinfo.ch

E revela que, em breve, sua obra será filmada por Hollywood em uma trilogia em 3-D, com um ex-James Bond no papel principal.


Ao receber o jornalista da swissinfo.ch no JungfrauPark em Interlaken, nos Alpes bernenses, um parque temático inspirado no seu trabalho, Erich von Däniken dava uma palestra a um pequeno grupo de vinte pessoas, uma das suas atividades preferidas. Apesar dos 76 anos, ele ainda mostra um vigor excepcional e nem abdica dos cigarros. 


swissinfo.ch: Como célebre pesquisador de astronautas antigos, o senhor é conhecido mundialmente. Nessa idade, o que lhe motiva a continuar a trabalhar? 

Erich von Däniken: O que me impulsiona é a curiosidade. Pode ser que tenha escrito muitos livros e trazido bastantes indícios, mas não tenho ainda nenhuma prova objetiva disso. Nunca encontrei algum objeto originado de uma civilização extraterrestre, mas em algum lugar ele deve estar. Seria bonito se alguém - não precisa ser o Erich von Däniken - encontrar essa prova objetiva.


swissinfo.ch: Em uma antiga entrevista, o senhor declarou ter dois sonhos: encontrar uma cápsula do tempo e cruzar com um disco voador. Falta muito ainda?

E.v.D.: A cápsula do tempo seria a prova exata da existência de extraterrestres. Eu acredito que ela foi deixada há milhares de anos para guardar uma mensagem. E nós é que precisamos encontrá-la. Mas antes disso precisamos procurar e ter as questões: o que estamos procurando? Eu não estou só nessa procura: existem outros também.
 
Quanto aos Óvnis, nunca vi algum. Porém adoraria ter essa experiência que parece ter ocorrido com outras pessoas. Gostaria de me comunicar com eles e perguntá-los se já estiveram aqui no planeta milhares de anos atrás. Se outros conhecidos deles já vieram e por quê? Também gostaria de saber como começou o universo. Na astrofísica falamos do "Big Bang". Mas o que existia antes disso? Talvez os extraterrestres saibam a resposta e eu estaria satisfeito.


swissinfo.ch: Há dois anos o governo britânico divulgou seus arquivos secretos sobre Óvnis. O senhor já investigou esse material ou provas fornecidas por terceiros? 

E.v.D.: Não. O que eu recebo são quilos e quilos de fotocópias. E nelas encontro muitas vezes o carimbo "top secret" e também as indicações de quando e como. Eu leio as coisas mais malucas nessa área, dos quais muitas ocorreram há décadas. Porém o que é atual, continua sob sigilo.
 
Eu conheço muito bem o astronauta americano Ed Mitchell. Meses atrás, estávamos sentados juntos discutindo sobre Óvnis. Apesar dele nunca ter visto um, existe o famoso caso "Roswell" (clicar no link na coluna da direita). Trata-se de uma cidade no sul dos EUA, onde em 1947 teria caído um OVNI. Ed Mitchell, que vem dessa cidade, me contou que a história realmente ocorreu. O governo americano desmente oficialmente, declarando que foi a queda de um balão ou aparelho militar. Então eu fico entre os dois lados: quem posso acreditar? Minha tendência é acreditar no Mitchell, pois já encontrei outras pessoas também dessa cidade e que estavam por lá quando o fato ocorreu. 


swissinfo.ch: No mundo existem potentes sistemas de radiotelescópio como na Rússia, Austrália ou em Porto Rico. O senhor acredita que os governos responsáveis nunca teriam detectado sinais de extraterrestres? 

E.v.D.: Oficialmente não. A União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) tem um subdepartamento intitulado SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence). Os sistemas de radiotelescópios estão ligados a ele e seu objetivo é identificar esses sinais. Oficialmente até hoje nada foi detectado, nem chiados ou coisa parecida. Mas essa história tem um ponto de interrogação: os pesquisadores do SETI decidiram entre si, o que é provado por um documento oficial, que qualquer um que estiver de serviço no observatório e escutar durante algo artificial, não pode ir ao público diretamente. A exigência é que, primeiramente, uma série de grêmios compostos por representantes do governo e até da religião discutam sobre o fato até decidir se o público deve ser comunicado ou não.


swissinfo.ch: Na palestra o senhor disse que precisamos nos preparar para o primeiro contato com extraterrestres e que isso não será, necessariamente, algo de positivo para a humanidade. Por quê? 

E.v.D.: Eu me ocupo de extraterrestres que já estiveram aqui há mais de mil anos. Na época eles eram prestativos. Eram como mestres, que ajudavam a humanidade. Mas quando os extraterrestres retornarem futuramente, não será possível inicialmente saber se serão os mesmos ou, sim, um grupo totalmente diferente. Mas acredito que, se uma civilização é tão adiantada na tecnologia a ponto de ser capaz de superar anos-luz, ela não será supostamente tão primitiva de utilizar métodos de faroeste e atirar contra outras formas inteligentes de vida. Não acredito que isso possa ocorrer, mas sim que serão prestativos. Porém esse contato será um choque para a humanidade.


swissinfo.ch: Pelo medo que causarão? 

Temos basicamente no planeta dois grupos de pessoas. Um é religioso e aprendeu que Deus fez tudo: universo, as plantas, os animais, etc. Mas o ápice da criação divina é o ser humano. Já o outro grupo é o lado científico: eles conhecem evolução, as mutações e a seleção. Mas no ápice da espiral evolutiva está o ser humano. Nos dois casos somos os maiores, as melhores coisas que possam existir no universo. De alguma forma não queremos os extraterrestres, pois eles estariam além de nós. É um problema psicológico. Se, de fato, eles vierem, será um choque para a ciência e a religião.


swissinfo.ch: Erich von Däniken se declara crente e até que reza todas as noites. Não é uma contradição para um ufólogo? 

E.v.D.: Estou convencido que, há mais de mil anos, extraterrestres estiveram no nosso planeta. Agora é preciso fazer a seguinte pergunta: de onde eles vieram? Alguns dizem que foi de outro sistema solar, mas que antes teriam viajado de outro lugar. Essa pergunta repete-se infinitamente nos últimos milhões de anos. Em algum momento chegamos ao fim dessa corrente e temos de ser mais humildes: aqui está a criação, aqui está Deus. Eu nunca perdi meu Deus. Eu sou uma das poucas pessoas que, até hoje, é extremamente crente e que ainda reza à noite. Não mais como antes. Antes rezava para a Mãe Maria. Hoje rezo para esse grandioso espírito da criação, para o que não conseguimos compreender e analisar. Mas a nossa compreensão nos diz que no início está Deus. Isso a gente não perde ao se ocupar com extraterrestres.


swissinfo.ch: Segundo sua obra, o próximo encontro com os extraterrestres seria em 23 de dezembro de 2012. Isso é verdade?

E.v.D.: Os Maias nos deram uma data: 23 de dezembro de 2012. Além disso, existem os livros maias de Chilam Balam escritos no século 18. Também existem as ruínas maias como Tortuguero, no México. Lá se veem as ruínas de uma pirâmide e, na base, uma inscrição lapidada na pedra. E ao ser decifrada pelos especialistas, ela revela que Bolon Yokte, um deus maia responsável pela criação do planeta, irá descer um dia do céu. Mais embaixo se vê uma data em hieróglifos maias, também decifrada pelos especialistas. Ela dá o dia de 23 de dezembro de 2012.
 
Assim temos, de fato, nos maias uma data e um nome, que também podem ser encontrados em outros documentos do passado como no Primeiro Livro de Enoque. Mas é preciso dizer que essa data não é correta, pois calculamos de forma errada. A base é o nosso calendário cristão, mas nem os novos cristãos sabiam exatamente quando Jesus nasceu. O que posso dizer é que eles virão, já diziam nossos antepassados. 


swissinfo.ch: O senhor assistiu o filme 2012, do diretor alemão Roland Emmerich?

E.v.D.: Achei fantástico o filme, sobretudo pelos seus efeitos especiais. Mas pelo conteúdo trata-se de um monte de besteira. Nos maias não existe em lugar nenhum que o mundo vai acabar no ano de 2012. O que existe é que os deuses irão retornar nesse ano.


swissinfo.ch: É verdade que um dos seus mais conhecido livros - "Eram os Deuses Astronautas?" - será filmado em uma trilogia em 3-D em Hollywood? 

E.v.D.: Não se trata do meu primeiro livro (n.r.: lançado em 1968), mas dos temas de Erich von Däniken. O planejado é inicialmente filmar um livro e lançá-lo na primavera de 2013. É um projeto que deve custar 200 milhões de dólares. O ator principal será o Roger Moore (n.r.: ex-James Bond), que encontrei há pouco em Mônaco. Eu até já li o roteiro do filme, mas ressalta que não será um documentário, mas sim um filme de fantasia. Mas ele será tão bem feito, que aqueles que estiveram no nosso planeta há mil anos estarão presentes e também o que estará à caça deles. Será uma história bem excitante, que deve terminar como uma mensagem de paz: não estamos sozinhos no universo e não temos mais razão para brigar. No passado as pessoas sempre fizeram guerras por questões religiosas ou nacionalistas, sempre por questões de teimosia. Frente à presença de extraterrestres, precisamos compreender no planeta que todos somos seres humanos, seja preto ou branco, católicos ou muçulmanos. E agora chega algo de novo sobre nós, algo que vem de fora.

http://www.swissinfo.ch/por/cultura/Erich_von_Daeniken:_O_mundo_nao_acaba_em_2012.html?cid=30620348

terça-feira, 5 de julho de 2011

Esse telescópio de 1000km de largura irá olhar para o começo dos tempos

 
Até bem recentemente, o homem viu os céus apenas dentro do espectro visível. Quando LOFAR, o maior telescópio do mundo, olha para o céu, ele vê as profundezas do universo em rádio.

LOFAR é a sigla para Low Frequency Array for Radio Astronomy (Arranjo de Baixa Frequência para a Radioastronomia). O sistema foi construído e é operado pela fundação astronômica da Holanda, ASTRON. Já que a quantidade de informação que os rádios telescópios podem coletar é limitada pelo tamanho do arranjo e o fator financeiro restringe o limite do tamanho em potencial do telescópio, os rádios telescópios não tinham sido capazes de conseguir a resolução necessária para estudar as profundezas do universo. LOFAR evita completamente esse problema usando um projeto revolucionário baseado em um vasto conjunto de antenas omnidirecionais.

Ao invés de usar um único telescópio monumental, o sistema usa um arranjo interferométrico de 15 mil antenas pequenas e 77 estações grandes (ambos podem ser vistos na foto acima – as antenas estão agrupadas em primeiro plano). Essas várias estações estão agrupadas ao longo de 1000km da Europa. A Holanda (obviamente), Alemanha, Grã-Bretanha, França e Suécia abrigam estações de antenas e mais ainda estão atualmente em construção em outros países da Europa.

O sistema observa radiofrequências em ~ 10-240 MHz, com uma área total de coleta efetiva de cerca de 1 quilômetro quadrado. Pela área de coleta ser tão enorme, o sistema pode alcançar uma maior resolução e maior sensibilidade do que pesquisas de rádio anteriores nessa mesma frequência. E por usar antes simples, omnidirecionais, ao invés de um único rádio telescópio, LOFAR pode observar em várias direções simultaneamente. Atrasos de fase entre as antenas orientam para onde o sistema está "olhando". Uma vez coletados, os dados então são transmitidos para a Universidade de Groningen onde um supercomputador Blue Gene/P usa um software de síntese de abertura para juntar o mapeamento.

Os arranjos irão investigar principalmente as partes mais antigas do universo – como a Era da Reionização (Melhor.Era.De.Todas.), e a então chamada "Era das trevas" depois do Big Bang quando o universo se recombinou e ficou neutro. Eles também irão iluminar a formação dos enormes buracos negros, galáxias e aglomerados de galáxias, mapear todo o céu visível pela Holanda em uma única noite, e estudar ejeções de massa coronal solar.