quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Metamateriais mudam antenas de satélites depois de décadas

Metamateriais mudam antenas de satélites depois de décadas

As antenas utilizadas para as comunicações via satélite não mudavam há décadas. Agora elas tiveram um impulso dos mesmos materiais usados nos mantos de invisibilidade. [Imagem: Penn State]

Antenas de metamateriais

Os metamateriais não servem apenas para criar mantos da invisibilidade.

Eles se mostraram excelentes também para a construção de uma nova geração de antenas que os satélites artificiais usam para transmitir seus dados do espaço para a terra.

Segundo engenheiros da Universidade da Pensilvânia e da empresa Lockheed Martin, as antenas de metamateriais são mais leves, barateando o custo de enviar os satélites ao espaço.

Como elas são mais eficientes, consomem menos energia, permitindo a redução do tamanho das baterias e dos painéis solares, reduzindo assim o tamanho total dos satélites de comunicação.

Antenas para satélites

"Nós desenvolvemos ferramentas de otimização de projeto que podem ser empregadas para atender às exigências de dispositivos reais," afirma o professor Douglas Werner.

"Podemos otimizar o metamaterial para obter o melhor desempenho do dispositivo, adaptando as suas propriedades ao longo de uma largura de banda para atender às necessidades específicas da antena tipo corneta," explica o pesquisador.

Embora os mantos da invisibilidade atraiam a atenção do público, os metamateriais até agora vinham-se mostrando mais como uma curiosidade científica, ainda longe de qualquer aplicação prática.

Mas parece que eles resolveram fazer uma estreia no mundo real em grande estilo.

As antenas do tipo corneta fazem parte dos satélites de comunicação que distribuem sinais de televisão e de rádio, chamadas telefônicas e transmissões de dados.

Os satélites usam principalmente duas bandas de micro-ondas: a banda C, para rádio de longa distância e telecomunicações, e a banda Ku, para as transmissões de TV.

Décadas sem melhorias

"As antenas atuais têm um desempenho adequado, mas tiveram poucas modificações ao longo das últimas décadas, exceto por avanços em técnicas de modelagem mais avançadas," diz Erik Lier, membro da equipe.

O uso dos metamateriais está mudando isto, criando uma nova geração de antenas espaciais.

Os metamateriais derivam suas propriedades incomuns de sua estrutura, e não de sua composição, e possuem propriedades exóticas geralmente não encontradas na natureza.

Os engenheiros ainda estão começando a explorar essas propriedades, sendo a criação de melhores antenas para satélites uma das primeiras implementações práticas dos metamateriais eletromagnéticos.

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=metamateriais-antenas-satelites&id=010130111221

Acompanhe o cometa Lovejoy rumando implacável contra o Sol

Atualização: 19 dez 2011 - 11h12
Primeiras fotos revelam gigantesca cauda do cometa Lovejoy

Três dias depois de dar um verdadeiro show no espaço ao resistir a milhões de graus durante encontro com o Sol, o cometa C/2011 W3 Lovejoy já apresenta sinais de visibilidade e as primeiras fotos por astrônomos amadores mostram uma exuberante cauda ionizada ainda próxima ao disco solar.

Lovejoy é um cometa periódico com período orbital de 314 anos, descoberto em 27 de novembro de 2011 pelo astrônomo amador australiano Terry Lovejoy. Seu núcleo de gelo foi inicialmente estimado em 200 metros de diâmetro, mas alguns observadores acreditam que possa ser maior, com cerca de 500 metros.

O cometa chamou a atenção dos especialistas quando resistiu à passagem pelo periélio em 15 de dezembro de 2011 sem se desintegrar. Depois de resistir bravamente à fulminante aproximação, imagens do telescópio solar Soho mostraram que um grande fragmento cometário havia resistido e uma nova cauda ionizada estava se formando. Desde então o cometa se tornou o centro das atenções, tanto de amadores como de profissionais, que voltaram suas lentes para as proximidades da estrela na tentativa de ver, registrar e estudar o bravo viajante.

As fotos acima foram feitas pelo time de astrônomos amadores Jakub Cerny, Jan Ebr, Martin Jelinek, Petr Kubanek, Michael Prouza, Michal Ringes, todos da República Tcheca, que utilizaram um observatório robótico localizado em Malargue, na Argentina.

A primeira é uma composição de duas imagens tomadas separadamente com filtro vermelho e verde e foi obtida com auxílio do telescópio robótico do observatório. A segunda imagem foi feita na mesma localidade, através de câmera digital DSLR montada na estrutura do telescópio. A lente usada na câmera foi uma teleobjetiva de 200 milímetros. Nesta cena, o comprimento total da cauda é de 40 arco-minutos, o equivalente a 80 diâmetros do Sol.

Atenção
Lovejoy é um cometa bastante imprevisível e ainda não se sabe se vai ou não aumentar de brilho.

Se você estiver interessado em tentar ver o cometa, preste muita atenção. Lovejoy ainda está muito próximo do Sol e devido ao intenso brilho da estrela não é possível vê-lo a vista desarmada. Se você não tem experiência nesse tipo de observação, não tente fazê-lo.

Aguarde mais alguns dias até que a separação angular entre o Sol e Lovejoy seja grande o suficiente para permitir observações nos minutos que antecedem o nascer do Sol. Será mais seguro e com certeza muito mais interessante!


Atualização: 17 dez 2011 - 08h20
Com nova cauda, cometa Lovejoy surpreende pesquisadores

Após sobreviver ao periélio na última quinta-feira, o cometa C/2011 W3 continua surpreendendo. Nas últimas horas, o fragmento que restou do cometa formou uma nova cauda ionizada que está chamando bastante a atenção dos observadores.


Clique para Animar

"É absolutamente espantoso", disse o astrofísico Karl Battams do Laboratório de Pesquisa Naval, dos EUA. "Jamais pensei que o núcleo gelado desse cometa era grande o suficiente para resistir por algumas horas ao mergulho na corona solar de milhões de graus, mas Lovejoy resistiu".

O evento foi tão surpreendente que uma verdadeira armada de satélites de observação solar foi colocada a postos para estudar o fenômeno, considerado por muitos especialistas como impossível.

Nas imagens do telescópio espacial SDO, Observatório da Dinâmica Solar, a cauda de Lovejoy se contorce freneticamente enquanto o objeto mergulha na tórrida atmosfera do Sol a apenas 120 mil km acima da superfície. Não se sabe ao certo o motivo desse movimento, mas é bem possível que Lovejoy tenha sido golpeado por fluxos de plasma percorrendo a corona. Outra possibilidade é que a dança da cauda seja efeito dos intensos loops eletromagnéticos que permeiam a alta atmosfera da estrela.

"Isso tudo é muito novo para nós", disse Battams. "As imagens do SDO nos darão as primeiras impressões sobre a dinâmica do movimento dos cometas no interior da atmosfera solar e como ambos interagem. Isso é pesquisa de ponta", destacou o cientista.

O fato de resistir ao periélio, momento da maior aproximação com o Sol, fez os pesquisadores questionarem o verdadeiro tamanho de Lovejoy, estimado inicialmente em 200 metros de diâmetro. "Suponho que Lovejoy tinha pelo menos 500 metros, do contrário isso seria praticamente impossível", disse o astrofísico Matthew Knight.

Visível
Após atravessar o periélio Lovejoy perdeu a maior parte de sua massa, que sublimou ao passar do estado sólido para o estado gasoso.

Enfraquecido, o objeto restante está bastante fragilizado e poderá em breve se romper em diversos fragmentos. Se conseguir se manter unido, deverá continuar a órbita previamente calculada e se tornar visível nos próximos dias antes do nascer do Sol.


Atualização: 16 dez 2011 - 07h35
Incrível: enfraquecido, cometa Lovejoy sobrevive ao periélio

O cometa C/2011 W3 Lovejoy atingiu a máxima aproximação com o Sol na noite de quinta-feira, mas não se desintegrou totalmente. O objeto tangenciou a borda do disco solar e surgiu do outro lado do astro, sem produzir qualquer efeito explosivo.

Não se sabe ao certo quanto de material restou do núcleo cometário, inicialmente estimado em 200 metros de diâmetro.

Lovejoy raspou a alta atmosfera do Sol a cerca de 150 mil km de altitude, com velocidade aproximada de 115 mil km/h. Durante a aproximação quase todo o material cometário foi sublimado (passou do estado sólido para o estado gasoso), produzindo uma gigantesca cauda ionizada brilhante e visível nas imagens dos telescópios solares SOHO e SDO, da Nasa.

O vídeo acima mostra parte do material cometário ressurgindo após o Lovejoy atingir o periélio.


Atualização: 15 dez 2011 - 19h40
Previsão de Impacto: 22h40 pelo horário de Brasília


Atualização: 15 dez 2011 - 07h50
Ao que tudo indica, o cometa C/2011 W3 Lovejoy terá o mesmo destino de outros cometas da família Kreutz e deverá atingir a alta atmosfera solar nas próximas horas, desintegrando-se.

A ruptura do cometa ocorrerá a 140 mil km da superfície solar, gerando provavelmente uma grande quantidade de gelo pulverizado que deverá brilhar intensamente no comprimento de onda registrado pelo coronógrafo Lasco C3, a bordo do telescópio espacial Soho.


14 dez 2011 - 10h31
Acompanhe o cometa Lovejoy rumando implacável contra o Sol
O cometa C/2011 W3 Lovejoy finalmente apareceu na manhã desta quarta-feira no campo de visão do coronógrafo do telescópio solar Soho. Lovejoy segue implacável contra o Sol, propiciando um dos maiores espetáculos celestes desse final de ano. Acompanhe!

C/2011 W3 Lovejoy faz parte dos cometas da família Kreutz e foi descoberto pelo astrônomo amador australiano Terry Lovejoy, como parte de suas observações corriqueiras.

Lovejoy está praticamente colado ao Sol, o que dificulta as observações astronômicas. Sua magnitude é de cerca de 4.6, tornando-o praticamente invisível devido ao céu claro criado pela atmosfera.

O cometa ruma contra o Sol e não se sabe ao certo se poderá ou não ser destruído, o que torna o evento bastante interessante. Além disso, é o primeiro cometa da família Kreutz descoberto por telescópio terrestre desde 1970.

Você pode acompanhar toda a jornada do cometa rumo ao Sol aqui mesmo no Apolo11, acessando a página de Atividade Solar, onde o evento poderá ser visto através das imagens do telescópio espacial Soho.

Caso sobreviva ao periélio, ainda existe a possibilidade de Lovejoy tornar-se visível em plena luz do dia, proporcionando mais um grande espetáculo celeste!


Fotos: no topo, a imagem do cometa C/2011 W3 Lovejoy aparece na parte inferior da cena e à medida que o tempo passa deverá se aproximar cada vez mais da estrela. Acima, posição do cometa visto a partir da cidade de São Paulo. Crédito: SOHO/ESA/NASA, Apolo11.com.

http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Acompanhe_o_cometa_Lovejoy_rumando_implacavel_contra_o_Sol&posic=dat_20111214-103153.inc

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

2012: Tudo o que você precisa saber sobre o fim do mundo

À medida que internet se expande, mais informações passam a ser acessadas transformando o simples ato de navegar na rede na mais fantástica forma de disseminação do conhecimento jamais ocorrida na história da humanidade.

Apesar disso ser motivo de orgulho da nossa sociedade, a grande rede também contribui de forma assustadora na propagação do falso conhecimento, já que criar um blog com artigos pseudocientíficos, falsos ou alarmantes é a coisa mais fácil do mundo.

Um dos assuntos preferidos desses blogs - e até de sites maiores - é o Fim do Mundo, previsto para acontecer em 21 de dezembro de 2012. Esse "evento" será provocado por uma série de acontecimentos coincidentes, confusos e desconexos, mas não menos fantásticos e lucrativos, aliás, muito, muito lucrativos.

Segundo esses blogs, parece que tudo acontecerá ao mesmo tempo em 2012, data em que todas as forças naturais ou ocultas do Universo se juntarão contra nosso planeta e o destruirão, dando início à uma Nova Era ou à extinção da humanidade, não se sabe bem o que.


Forças Ocultas
De acordo com o previsto, em dezembro de 2012 ocorrerá um alinhamento de planetas, com a Terra se alinhando com o centro da Galáxia. Quando isso ocorrer, forças até então desconhecidas criarão fenômenos naturais que o Homem jamais experimentou, com mortes e destruição em escala gigantesca.

Além do alinhamento planetário, nosso Sol também entrará em um período de atividade magnética sem precedentes, disparando partículas solares contra a Terra. Esse intenso bombardeio cósmico destruirá equipamentos e fulminará os seres vivos, já que a magnetosfera protetora terá sido extinta pelas forças naturais criadas pelo alinhamento.

Como se não bastasse, tudo isso será tremendamente amplificado pela inversão do campo magnético da Terra, que fará o planeta girar ao contrário, fenômeno esse que será provocado pelo alinhamento ou pelo choque do planeta Nibiru ou Hercólubus, que se aproximam do nosso planeta em rota de colisão inevitável.

Todo esse cataclismo varia tremendamente entre um blog ou outro, não havendo coerência entre os fatos narrados, que podem mudar de acordo com a interpretação de quem escreve ou lê. No entanto, todos se alicerçam em um fato em comum e alardeado como a mais pura verdade da humanidade: A Profecia Maia do Fim do Mundo.


Saindo das Trevas
Antes de trazer luz aos fatos, é importante destacar que tudo que foi mostrado acima não tem qualquer embasamento científico e sob esse ponto de vista não há qualquer evento previsto para acontecer em dezembro de 2012. Filmes, textos e programas de televisão que afirmam o contrário devem ser vistos apenas com o propósito da diversão e entretenimento, que como dissemos no início do artigo, são bastante lucrativos!


Qual a origem? Porque 2012?
Ao que tudo indica, toda essa história começou com o alerta de que Nibiru, um hipotético planeta descoberto pelos Sumérios há mais de 4 mil anos irá se chocar contra a Terra. A catástrofe estava inicialmente prevista para acontecer em maio de 2003, mas como nada aconteceu o dia do Juízo Final foi mudado para dezembro de 2012. Essa data foi escolhida por marcar um importante ciclo do Calendário Maia, que por pura coincidência termina exatamente no solstício de verão de 2012, no dia 21 de dezembro.


Quem eram os Maias?
Os Maias formavam uma civilização mesoamericana que atingiu o ápice do desenvolvimento entre 250 D.C e 900 D.C e é considerada como uma das mais dinâmicas sociedades do mundo pré-colombiano.

Os Mais eram excelentes astrônomos e observadores e mapearam com bastante precisão as fases e movimentos de diversos corpos celestes, especialmente a Lua e Vênus. Além disso, desenvolveram um complexo e preciso sistema de medição de tempo baseado em dois calendários principais chamados Tzolk'in, de 260 dias e Haab', de 365 dias, mas nem um dos dois numerava os anos.


O Calendário Maia
Para formar uma data os Maias faziam combinações entre um símbolo Tzolk'in e um símbolo Haab' e esse sistema era suficiente para satisfazer a maior parte da sociedade, já que qualquer combinação não se repetia antes de 52 anos, tempo bem maior que a expectativa de vida comum da época. Este período era conhecido como um Ciclo de Calendário e era sempre marcado por tensões e má sorte entre eles, que aguardavam ansiosos para ver se os deuses concederiam outro ciclo de 52 anos.

Apesar de ser um método engenhoso de contar os dias, o calendário de 52 anos não permitia aos Maias datar longos períodos de tempo e para isso era usado o calendário da contagem longa, de base 20.

A palavra Maia para dia era k´in. O período de 20 k´ins era chamado de Winal e 18 Winals, o equivalente a 360 dias, era chamado de tun. 20 tuns eram chamados de K´atun (19.7 anos) e 20 k´atuns eram chamados de B´ak´tun e equivalia a 394.3 anos. Se achou um pouco confuso a tabela abaixo ajuda a compreender.


Por que 2012?
Ao que tudo indica, toda a mística envolvendo o ano de 2012 se deve a uma interpretação errônea desse calendário, aliada à algumas coincidências verdadeiras e outras inventadas ou manipuladas.

No primeiro caso, não se sabe se por ignorância ou má fé, consideraram o último dia do 13º b´ak´tun (21 de dezembro de 2012) como a data derradeira do calendário, mas isso não é correto. Da mesma forma como nossa contagem não termina em 31 de dezembro, a contagem maia também não finaliza no 13 b´ak´tun, pois ainda se seguirão os b'ak'tuns 14º a 20º, continuação natural do calendário da contagem longa de base 20.


Má Fé
Segundo a pesquisadora Sandra Noble, diretora executiva da organização de pesquisa mesoamericana FAMSI, a apresentação de dezembro de 2012 como um evento de fim de mundo ou uma grande mudança cósmica é uma completa invenção e uma chance de muita gente ganhar dinheiro. "Usaram de má fé e ignoraram completamente a continuação do calendário de contagem longa. Não me surpreenderei se em janeiro de 2013 essas mesmas pessoas anunciarem uma nova data de fim do mundo", disse Noble.


Alinhamento
Com relação às coincidências, a primeira delas é que em 21 de dezembro o Sol atinge a maior declinação medida a partir da linha equador, quando se inicia o verão no hemisfério sul e inverno no hemisfério norte. Além disso, em 2012 estaremos praticamente no ápice do ciclo da máxima atividade solar, com maior quantidade de tempestades geomagnéticas ocorrendo no planeta. Juntando essas duas coincidências ao fato de que em 21 de dezembro sempre ocorre o segundo "alinhamento" anual entre o Sol, Terra e centro galáctico, fica fácil entender por que essa data foi escolhida.

Além das coincidências mostradas, 21 de dezembro de 2012 é a data que os místicos elegeram para o impacto do hipotético planeta Nibiru contra a Terra e também de uma alardeada abrupta mudança na orientação dos polos magnéticos da Terra.

Como foi dito no início do artigo, de acordo com os místicos parece que tudo acontecerá ao mesmo tempo em 2012. As consequências não são claras e cada defensor de uma teoria aponta rumos diferentes para os acontecimentos que se sucederão após 21 de dezembro de 2012, desde a destruição total do planeta até o início de uma Nova Era. No entanto, essa visão não é compartilhada pela ciência, que se baseia em fatos concretos e não em profecias ou ilusões.


Posição da Ciência
Com o objetivo de trazer um pouco de luz sobre o assunto, preparamos uma série de respostas de como a ciência enxerga as coincidências mostradas e o que de fato pode acontecer em 2012 sob esse ponto de vista. Perguntas como "Nibiru vai se chocar contra a Terra?" ou "Os polos magnéticos vão se inverter?" serão respondidas de forma simples e objetiva, sem muito tecnicismo.

Nossa intenção não é fazer com que as pessoas que tenham opinião contrária, mudem de opinião. Isso é praticamente impossível. Nosso objetivo é apenas mostrar a verdade científica para aqueles que ainda têm dúvidas sobre o assunto ou que nunca ainda tenham ouvido falar sobre ele.


Fatos e Mitos sobre 2012

Existem diversos sites e blogs dizendo que o mundo vai acabar em 2012. O que vai acontecer?
Nada de diferente ou de ruim vai acontecer com a Terra nesse dia. Não existe nenhuma catástrofe prevista pela ciência, nem planetas em rota de colisão, nem asteroides se aproximando a toda velocidade. Não existe nenhum fato científico que mostre que o mundo vai acabar em 2012.


É verdade que vai acontecer um alinhamento planetário em 2012?
Não, isso não é verdade. O que vai acontecer em 21 de dezembro de 2012 será o "quase alinhamento" entre a Terra, o Sol e o centro da Galáxia, mas é muito importante lembrar que isso ocorre todos os anos nessa época do ano e não apenas em 2012.

O suposto "alinhamento" também acontece em 21 de junho, quando a Terra está na posição contrária da órbita com relação a dezembro, ficando entre o Sol e o centro da Via Láctea. Essa disposição ocorre há milhões de anos e não constitui nenhuma novidade. Com relação aos outros planetas, nem de longe a posição deles em 21/12/2012 se assemelha a um alinhamento, conforme mostra a carta celeste.


Existe mesmo um planeta chamado Nibiru ou Planeta-X que vai se chocar com a Terra?
Nibiru é o nome de um suposto planeta proposto pelo escritor Zecharia Sitchin. Segundo ele, o planeta já era conhecido pelos Sumérios há mais de 5500 anos e tem um período orbital de 3600 anos.

No entender dos seguidores de Sitchin, Nibiru se aproximaria de novo em 2003, mas como nada aconteceu mudaram a data para 2012. Em 2008 diziam que já era possível vê-lo a olho nu a partir de 2009, mas como ninguém o observou até agora o assunto ficou meio esquecido.

Nibiru e outras histórias não passam de "pegadinha de internet" e antes do advento da rede mundial de computadores ninguém falava nesse assunto, que tomou fôlego a partir do final da década de 1990.

Não existe qualquer base científica para a afirmação da existência de Nibiru. Caso o planeta realmente existisse, astrônomos do mundo inteiro já o teriam visto e calculado sua órbita. Não seria necessário supertelescópios nem agências espaciais, apenas observações normais que qualquer pessoa pode fazer.

Com relação ao Planeta-X, esse é o nome que se dá a qualquer corpo hipotético que possa causar perturbações gravitacionais em outros objetos, mas que ainda não tenha sido descoberto. Plutão, por exemplo, já foi chamado de Planeta-X. Eris e Ceres também.

Atualmente, alguns cientistas especulam sobre a possibilidade de um objeto de grande dimensão localizado há mais de 1 ano-luz de distância (9 trilhões de km), nas proximidades da nuvem de Oort. A existência desse objeto foi proposta em 1999 pelo astrofísico John J. Matese, da Universidade de Louisiana, a partir de perturbações gravitacionais exercidas em cometas localizados no interior da Nuvem, mas até agora não foram encontradas provas de sua existência.


Os polos da Terra vão se inverter?
Muito se fala sobre a inversão dos polos magnéticos da Terra. Alguns dizem que eles se inverterão abruptamente, enquanto outros afirmam que quando isso acontecer a catástrofe será total.

Ao que tudo indica, desde que a Terra existe os polos magnéticos já trocaram de posição por diversas vezes. Essa informação foi obtida após a análise dos minerais ferromagnéticos contido nas rochas, que mostraram que essas inversões ocorrem em intervalos não regulares de cerca de 250 mil anos. No entanto, não existe qualquer comprovação de que isso oconteceu abruptamente, com exceção de algumas localidades do planeta que ainda estão sendo investigadas.

Segundo os geofísicos, as inversões do campo magnético são muito lentas e neste exato momento estamos passando por uma delas. Isso significa que em 250 mil anos os polos magnéticos poderão estar em lugares opostos ao que estão hoje.

Assim sendo, não há nenhum risco de que isso acontecerá em dezembro 2012.


O eixo da Terra poderá mudar de inclinação?
É importante explicar que a inclinação do eixo da Terra foi determinada há milhões de anos, quando todo o Sistema Solar ainda estava em formação. Não se sabe exatamente como isso aconteceu, mas acredita-se que foi devido ao choque com algum dos inúmeros asteroides que rodeavam nosso planeta naquela época.

Para que o eixo da Terra seja abalado é necessária uma força descomunal, inimaginável. Nenhuma força terrestre conhecida tem capacidade de alterar essa inclinação. Isso só seria possível se algum objeto muito grande, de dimensões planetárias, se chocasse contra a Terra e até agora os cientistas não tem conhecimento de qualquer objeto que esteja vindo em nossa direção.


A Atividade Solar está aumentando?
O Sol passa por períodos de alta e baixa atividade a cada 11 anos, chamados mínimos e máximos solares. Os cálculos mostram que o próximo máximo solar ocorrerá em março de 2013 e até lá deveremos observar momentos de muita instabilidade na estrela.

Em 2012 poderemos presenciar diversas tempestades solares, com efeitos na Terra que podem ir desde simples auroras boreais até avarias e blecautes elétricos, além de falhas nas radiocomunicação e panes em sistemas eletrônicos, especialmente satélites.

Responsável por milhões de dólares de prejuízo todos os anos, as tempestades solares são comuns e a cada dia novas medidas são tomadas na proteção e prevenção dos patrimônios sujeitos a esses fenômenos.

Apesar de possíveis prejuízos, cenários como aqueles apresentados em documentários, em que os humores do astro-rei causam blecautes mundiais que beiram o Armageddon, não passam de obra de ficção.


Resumindo
Para finalizar, se você está com medo de que alguma coisa desconhecida possa acontecer em 2012, nosso conselho é para você relaxar e não se preocupar. Não leve a sério os blogs e sites que apregoam o fim do mundo. No fundo, tudo o que eles querem é ter mais audiência e não estão nem um pouco interessados em explicar para você o lado científico das coisas. Para eles, quanto mais confuso você ficar, melhor.

Esperamos ter ajudado!


Foto: No topo, ceno do filme "2012". Cortesia: Columbia Pictures. Na sequência, mapa histórico dos territórios habitados por povos de língua maia. Em seguida, exemplo da contagem do calendário maia e carta celeste mostrando a posição dos astros em 21 de dezembro de 2012, dia do solstício de verão no hemisfério sul e do "alinhamento" entre a Terra, Sol e Centro Galáctico. Créditos: Wikimedia Commons, Apolo11.com.
http://www.apolo11.com/2012.php?titulo=2012_Tudo_o_que_voce_precisa_saber_sobre_o_fim_do_mundo&posic=dat_20111212-065747.inc

NASA quer lançar arpão para coletar amostra de cometa

NASA quer lançar arpão para coletar amostra de cometa
Coletar amostras do interior do cometa é importante para estudar material que não foi alterado pelo intemperismo do espaço.[Imagem: NASA/Chris Meaney/Walt Feimer]

Arpão para caçar cometas

A NASA está desenvolvendo um novo equipamento para capturar amostras de um cometa: uma espécie de arpão espacial.

Em 2002, a sonda espacial StarDust coletou amostras do cometa Wild 2 navegando em sua cauda e usando um aerogel para capturar as partículas.

Agora os cientistas querem mais, se possível, pedaços sólidos de rocha do interior dos cometas, uma parte não afetada pelo desgaste do tempo.

Como pousar em um cometa seria muito complicado e perigoso, a NASA planeja enviar uma sonda que apenas se aproxime do cometa, lance o arpão em locais determinados, e o recolha de volta, trazendo as amostras.

Isto permitirá a coleta de amostras de vários locais, inclusive daqueles que seria perigoso demais uma aproximação maior.

Canhão elétrico

Para simular as condições do espaço, os engenheiros do Centro Espacial Goddard estão usando um canhão elétrico que seria capaz de atirar o arpão coletador de amostras a uma distância de 1,6 km - por segurança, os testes são feitos com o arpão direcionado para o chão.

O campo elétrico do canhão dispara o projétil com uma velocidade de até 30 metros por segundo, fazendo-o atingir a amostra de rocha usada para simular o cometa com uma força equivalente a quase 500 quilogramas.

NASA quer lançar arpão para coletar amostra de cometa
Amostras de rocha coletadas pelo protótipo do arpão espacial. [Imagem: NASA/Rob Andreoli]

"Muito provavelmente, haverá áreas [no cometa] com diferentes composições, de forma que precisamos projetar um arpão que seja capaz de penetrar uma faixa considerável de materiais," explica Donald Wegel, líder do projeto.

Segundo a equipe, uma sonda espacial caçadora de cometas deverá levar vários arpões, cada uma com uma diferente carga de explosivos, para cobrir áreas do cometa com diferentes composições.

Pescaria espacial

Embora a NASA já tenha anunciado uma missão para coletar amostras de um asteroide e já tenha até simulado uma missão tripulada a um asteroide, amostras de um cometa deixam os cientistas mais entusiasmados porque muitos deles acreditam que os cometas podem ter trazido água e até mesmo a vida para a Terra.

As próprias amostras do cometa Wild 2 apresentaram sinais de aminoácidos, reforçando essas teorias.

Mesmo se essas teorias estiverem erradas, os cometas são verdadeiros fósseis espaciais, trazendo em sua composição material do início da formação do Sistema Solar.

A sonda espacial Rosetta, da ESA, que está a caminho do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, usará um sistema similar para arremessar uma sonda até a superfície do cometa.

Mas arpão da NASA é diferente, devendo ele próprio coletar a amostra e ser içado de volta para a sonda espacial por um cabo de aço.

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=nasa-arpao-coletar-amostra-cometa&id=010130111215

Super avião será usado para lançar foguete ao espaço

Super avião será usado para lançar foguete ao espaço
O super-avião, com seis turbinas, será capaz de elevar um foguete de grandes proporções até mais de 10 km de altitude, de onde ele será lançado.[Imagem: Stratolaunch Systems]

Avião espacial

A era da exploração espacial privada está-se mostrando mais vibrante do que se esperava - pelo menos nos projetos.

Paul Allen e Burt Rutan, os homens por trás da Virgin Galactic e da Scaled Composites - e das simpáticas naves SpaceShipOne e SpaceShipTwo - acabam de anunciar seu mais novo empreendimento espacial.

A Stratolaunch Systems foi anunciada com o projeto de construir uma versão peso-pesado das suas irmãs menores, que já serviram para demonstrar a viabilidade do conceito, embora ainda não tenham cumprido as promessas de turismo espacial em larga escala.

A ideia é construir um super avião, com seis turbinas, capaz de elevar um foguete de grandes proporções até mais de 10 km de altitude, de onde ele será lançado.

Conceito

O conceito é diferente do adotado por todas as agências espaciais governamentais, e pelo menos um congressista norte-americano veio a público perguntar por que a NASA não pensou nisso antes.

Mas será preciso esperar pelo menos 10 anos para que o Stratolaunch faça seu primeiro voo e comprove na prática sua viabilidade técnica e sua capacidade real de carga.

Os dois investidores aproveitaram para reafirmar que a Virgin Galactic, cujas naves só conseguem atingir a órbita baixa, fará seus primeiros voos espaciais comerciais em 2013.

Super avião será usado para lançar foguete ao espaço
Embora seja difícil imaginar as dimensões, basta dizer que o super avião lançador de foguetes será maior avião do mundo. [Imagem: Stratolaunch Systems]

Super avião

O Stratolaunch, afirmaram, entrará no mercado para competir com os lançadores de satélites artificiais e com o abastecimento da Estação Espacial Internacional, se ela ainda estiver operacional quando o avião-foguete ficar pronto.

O avião gigantesco terá uma envergadura de asas de 117 metros, quase o dobro do já esguio avião solar Solar Impulse.

Ele e sua carga de até 550 toneladas - peso total de decolagem - serão levados o mais alto possível na atmosfera por seis turbinas similares às que equipam os aviões 747.

Mas a empresa está de olho também nos transportes aéreos - não-espaciais - já que o super avião terá uma flexibilidade de carga maior do que os aviões cargueiros comuns, podendo levar peças de formatos que não entram dentro de um avião.

Super avião será usado para lançar foguete ao espaço
A empresa está de olho também nos transportes aéreos, já que o superavião terá uma flexibilidade de carga maior do que os aviões cargueiros comuns, podendo levar peças de formatos que não entram dentro de um avião. [Imagem: Stratolaunch Systems]

Foguete privado

O foguete será construído pela também privada SpaceX, que saiu na frente e já tem agendado um voo até a Estação Espacial Internacional.

O lançamento da nave Dragon será feito por um foguete da própria empresa, o Falcon 9.

Já o foguete com lançamento aéreo deverá ser capaz de levar ao espaço cargas úteis de até 6 toneladas.

Mas a SpaceX já tinha planos de fazer voos mais altos, e já está construindo o Falcon Heavy, que deverá ser o foguete mais potente do mundo.

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=super-aviao-lancar-foguete-espaco&id=030130111214

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Buracos negros ressuscitam e espantam astrônomas

Com informações da Universidade do Porto - 13/12/2011

Buracos negros ressuscitam e espantam astrônomas
Buraco negro galáctico com emissão interrompida, em seus últimos suspiros.[Imagem: Aurore Simonnet/Sonoma State University]

O retorno do buraco negro

Uma equipe de investigadores do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, em Portugal, detectou um tipo raro de galáxias ativas (AGNs), simultaneamente com características de AGNs jovens e de antigas.

Acredita-se que esta aparente discrepância seja devida a uma espécie de "religação" da atividade do buraco negro central.

A descoberta ocorreu por acaso quando a equipe, composta essencialmente por astrônomas portuguesas, partiu de um catálogo de mais de 13 mil enxames de galáxias na banda de rádio, à procura de uma conexão entre as galáxias ativas e os respectivos enxames de galáxias.

"O nosso projeto inicial era estudar radiogaláxias em enxames. Por sorte, encontramos oito fontes de rádio com estruturas extensas (com jatos e lóbulos visíveis na banda rádio) que não apareciam na banda do visível, o que estranhamos," explica a coordenadora do estudo, Mercedes Filho. "Decidimos por isso alargar o projeto inicial e seguir o rastro dessas estranhas radiogaláxias."

Espectros

Para obter mais detalhes sobre as galáxias, estes oito objetos foram observados na banda do infravermelho pelo observatório VLT, do ESO.

Isto permitiu à equipe detectar as "galáxias-mãe", isto é, as galáxias que deram origem às extensas estruturas observadas na faixa de rádio.

Ao comparar os espectros destes objetos com modelos conhecidos de galáxias, a equipe concluiu que se trata de objetos muito raros - galáxias com características tanto de AGNs ativas (ainda emitindo jatos de matéria) como de AGNs inativas (onde essa emissão já terminou).

Esta aparente discrepância pode ser explicada, segundo as astrônomas, com uma "reativação relativa e recente da AGN", devido a uma maior disponibilidade de material para alimentar o buraco negro central.

Em geral, quando um buraco negro está ativo, ele produz um jato ao longo do eixo de rotação da galáxia. Este jato pode viajar grandes distâncias, produzindo lóbulos visíveis na banda de rádio.

Quando o buraco negro não está ativo, o jato cessa, mas os lóbulos podem persistir durante muito tempo.

Energia nova

No caso dos buracos negros "renascidos", a emissão original teria sido interrompida em algum ponto no passado, e o material emitido foi-se dissipando, dando origem aos lóbulos que emitem na banda de rádio.

Só que, segundo Mercedes, "os nossos objetos mostram lóbulos no rádio, sinal de um ciclo de atividade no passado, mas o espectro nos diz que o buraco negro e os jatos foram recentemente reativados."

Mais recentemente o buraco negro teria ficado com novo material à sua disposição (por exemplo, proveniente de instabilidades próprias do disco de matéria que o circunda, ou da interação com outras galáxias), dando origem à nova emissão, que começou antes dos lóbulos iniciais se desvanecerem.

A equipe vai agora efetuar novas observações, na banda dos raios gama e de rádio, procurando indícios diretos da presença de um jato jovem e do reacendimento recente do buraco negro central.

Bibliografia:

Optically Faint Radio Sources: Reborn AGN?
M. E. Filho, J. Brinchmann, C. Lobo, S. Antón
Astronomy & Astrophysics
December 2011
Vol.: 536, A35
DOI: 10.1051/0004-6361/201117834

A&A Volume 536, December 2011 (DOI: 10.1051/0004-6361/201117834)
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=buracos-negros-ressuscitam-espantam-astronomas&id=010130111213&ebol=sim