quinta-feira, 21 de junho de 2012

Monotrilho suspenso movido a hélice de avião já foi considerado o futuro do transporte público



O metrô moderno pode ser uma forma perfeitamente funcional de se andar por uma cidade grande, mas é difícil não ficar um pouco desapontado que o Railplane, do inventor George Bennie, não pegou: ele é uma alternativa bem mais emocionante. 

Revelado em 1930, o Railplane tecnicamente não era um monotrilho: ele usava trilhos na parte superior, nos quais ficava pendurado, além dos trilhos abaixo dele. Então “duotrilho” seria uma denominação mais precisa. 

Assim como o metrô, o Railplane foi feito para funcionar longe dos carros nas vias da superfície, mas ele corria acima das ruas e avenidas (em vez de andar no subterrâneo, como o metrô). E à medida que ele se expandisse, a infraestrutura de trilhos poderia ser usada tanto por trens de passageiros, como por trens de carga. 

O aspecto mais especial do Railplane, e o motivo pelo qual ele recebeu este nome, era o uso de uma hélice de avião para se mover. Hoje isso parece uma ideia terrível, porque seria terrivelmente barulhento e perigoso. A hélice está na foto acima. Não viu? É porque ela está girando na ponta do Railplane à velocidade máxima, sem qualquer proteção. 

Então não é surpresa que o criador do Railplane foi à falência em 1937, e seu protótipo de 120m construído em Glasgow (Escócia) foi desmantelado para virar sucata. Felizmente, ele permanece vivo em fotos – veja mais aqui: [The Daily Mail] 

 

 

 

It was meant to highlight the best of British invention, to revolutionise modern travel, like the railways had done a century earlier.

These photographs show the test track built on a wave of optimism in Glasgow in 1930, when inventor George Bennie believed the Railplane - best described as a cross between a monorail and plane - would provide glamorous, bump-free, smokeless travel at 120mph to the masses.

But sadly this journey only ended with one destination: The land of failed dreams and bankruptcy for the man who spent nearly 20 years of his life trying to make the Railplane a reality.

Ready for the debut: The Railplane, pictured four days before it was unveiled to the public on a wave of optimism: The car, suspended from steel girders, was tested on a 120metre-line outside Glasgow - but it never got the investment needed

Up on the rails: The high speed self-propelled system would run along a track suspended from steel girders, above traditional rail lines and reach speeds of 120mph - but this was never tested on the 120metre-length track

George Bennie, 39 years of age when the track was built, dreamed his invention would take on.

He promised plush seating, with the Railplane travelling over the top of traditional rail lines, allowing passengers to move much faster than the slower freight trains, which would be confined to the tracks below and belching their thick smoke into the air.

This was luxury travel at a theoretical top speed of 120mph: A streamlined cigar-shaped carriage with thick carpets and table lamps, and curtained windows providing that luxury feel. Sliding doors - the height of opulence - allowed people on and off the trains at elevated stations.

But 'The George Bennie Airspeed Railway, as it was known, was not destined for greatness. the prototype track never reached further than 120m. The investors never came, and the traditional rail network had such a head-start and reputation that the Railplane could not compete.

 

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·                                 Fasten your seatbelts for a dream home! The man transforming a 727 passenger jet into a house deep in Oregon woodland

The Railplane was suspended from a rail, and was powered by electric propellers on both ends. Beneath the train, suspended a dozen feet above the ground, were wheels which rested on another rail and helped stablilise the carriage.

Two propellers - one at the front, one at the rear - moved the carriage forward, powered by either electricity of petrol engines. A braking system on the top rail would hold the train still at stations, and the propellers could also be reversed.

On July 8, 1930, the media and special guests were taken for rides. One of the passengers remarked how 'the Railplane operated with perfect smoothness and passengers only knew the car was moving by gazing out of the window at the passing landscape.

'There was no bumping over rails, smoke or whistle shrieking. A ride in the coach is sheer delight.'

At a standstill: The giant propellers, which would give the cars their motion, would hopefully travel at above 100mph - but Bennie could not find investment, and the dream died

Passengers queuing for their debut ride by the sliding doors - believing they were getting a glimpse of the future. Inventor George Bennie is fourth in the queue, in the light-coloured suit

Overground, underground: The carriages look almost like modern Tube systems - except for the luxury carpets and fitted lampstands. Inventor George Bennie stands at the end of the carriage

The train was hailed as a 'wonderful product of British Brains', and lines between Edinburgh and Glasgow were suggested.

But, despite all the positivity, and Bennie's tireless efforts for funding over the course of nearly a decade, no-one came forward and, in 1937, Bennie went bankrupt.

The line stood as a monument to man's ingenuity for another 20 years - until it was finally demolished and sold for scrap in the 1941, to provide war-time metal.

Bennie died in obscurity in 1954 and the Railplane was left rusting in a field. A decade later, it made one final journey - joining the rails at the scrapheap.

Trains below, Railplane above: The dream was there, but sadly this invention did not catch on, and the train and rail ended up on the scrapheap



Read more: 
http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-2154361/The-REAL-flying-Scotsman-120mph-propeller-driven-Railplane-left-inventor-dreamed-revolutionising-commuting-1930s-Britain-penniless.html#ixzz1yTEowZuq

sábado, 16 de junho de 2012

Cientistas dizem que Voyager está à beira do espaço interestelar

 

 

Gráficos mostram a posição das sondas Voyager 1 e Voyager 2 em relação ao Sistema Solar. Créditos: Apolo11.com.

É muito difícil afirmar com segurança onde termina nosso Sistema Solar, já que não há uma marca que delimite os domínios do Sol no espaço. No entanto, dados enviados pela espaçonave Voyager 1 mostram que ela se encontra bem próxima desse limite, onde nenhuma nave jamais esteve. A Voyager 1 foi lançada em 1977 e desde então já percorreu quase 18 bilhões de km, cerca de 120 vezes a distância que separa o Sol da Terra. Para se ter uma ideia de como isso é longe, mesmo viajando à velocidade da luz os sinais emitidos pela sonda demoram mais de 16 horas para serem recebidos. Nunca uma nave espacial viajou para tão longe e à medida que se afasta, menos o Sol tem interferência gravitacional e eletromagnética sobre a nave. Recentemente, os instrumentos da Voyager detectaram um aumento significativo na intensidade das partículas cósmicas que atingem a nave, fazendo os cientistas concluírem que a Voyager é o primeiro emissário interestelar da humanidade, já à beira do Sistema Solar.  "Os últimos dados mostram que estamos claramente em uma nova região do espaço, onde as coisas estão acontecendo muito mais rapidamente", disse Ed Stone, cientista do Projeto Voyager junto ao Caltech (California Institute of Technology), que administra o Laboratório de Propulsão a jato, da Nasa, o JPL. "Isso é muito excitante. Estamos nos aproximando da fronteira do Sistema Solar", disse Stone.

Atualmente, a Voyager 1 está a 18 bilhões de km da Terra, cerca de 4 vezes mais distante que o planeta-anão plutão. Créditos: Apolo11.com.

As partículas de alta energia registradas pela Voyager foram provavelmente emitidas por gigantescas explosões estelares chamadas supernovas, lançadas ao espaço em velocidades próximas à da luz. De janeiro de 2009 a janeiro de 2012, os dois detectores de alta-energia a bordo da sonda registraram um aumento de 25% na quantidade de partículas cósmicas que atingem a sonda e recentemente foi observada uma elevação muito rápida em parte do espectro energético. "Desde 7 de maio, os raios cósmicos que atingem a sonda aumentaram 5% em uma semana e 9% em 1 mês", disse o Stone. Essa mudança abrupta na quantidade de partículas energéticas registradas mostra, de acordo com Stone, que os cientistas estão iniciando uma nova era na exploração espacial. Além disso, outra importante medida mostra que as partículas energéticas geradas pelo Sol dentro da heliosfera tiveram apenas um ligeiro declínio e não caíram significativamente como deveriam. Essa queda era esperada quando a nave rompesse a suposta fronteira do Sistema Solar. Os dados enviados pela Voyager 1 ainda estão sendo estudados e uma das buscas é pela mudança nos vetores das linhas do campo magnético ao redor da nave.  Os modelos mostram que enquanto a Voyager estiver dentro da heliosfera as linhas do campo magnético devem fluir de leste para oeste, mas devem passar à direção norte-sul quando a sonda passar definitivamente para o meio interestelar. Pelo menos é isso o que espera os pesquisadores, a maior parte deles crianças e adolescentes quando a Voyager 1 e Voyager 2 foram lançadas em 1977.

Créditos: APOLO11.COM - http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Cientistas_dizem_que_Voyager_esta_a_beira_do_espaco_interestelar&posic=dat_20120615-100052.inc

Cientistas dizem que Voyager está à beira do espaço interestelar

Gráficos mostram a posição das sondas Voyager 1 e Voyager 2 em relação ao Sistema Solar. Créditos: Apolo11.com.

É muito difícil afirmar com segurança onde termina nosso Sistema Solar, já que não há uma marca que delimite os domínios do Sol no espaço. No entanto, dados enviados pela espaçonave Voyager 1 mostram que ela se encontra bem próxima desse limite, onde nenhuma nave jamais esteve. A Voyager 1 foi lançada em 1977 e desde então já percorreu quase 18 bilhões de km, cerca de 120 vezes a distância que separa o Sol da Terra. Para se ter uma ideia de como isso é longe, mesmo viajando à velocidade da luz os sinais emitidos pela sonda demoram mais de 16 horas para serem recebidos. Nunca uma nave espacial viajou para tão longe e à medida que se afasta, menos o Sol tem interferência gravitacional e eletromagnética sobre a nave. Recentemente, os instrumentos da Voyager detectaram um aumento significativo na intensidade das partículas cósmicas que atingem a nave, fazendo os cientistas concluírem que a Voyager é o primeiro emissário interestelar da humanidade, já à beira do Sistema Solar.  "Os últimos dados mostram que estamos claramente em uma nova região do espaço, onde as coisas estão acontecendo muito mais rapidamente", disse Ed Stone, cientista do Projeto Voyager junto ao Caltech (California Institute of Technology), que administra o Laboratório de Propulsão a jato, da Nasa, o JPL. "Isso é muito excitante. Estamos nos aproximando da fronteira do Sistema Solar", disse Stone.

Atualmente, a Voyager 1 está a 18 bilhões de km da Terra, cerca de 4 vezes mais distante que o planeta-anão plutão. Créditos: Apolo11.com.

As partículas de alta energia registradas pela Voyager foram provavelmente emitidas por gigantescas explosões estelares chamadas supernovas, lançadas ao espaço em velocidades próximas à da luz. De janeiro de 2009 a janeiro de 2012, os dois detectores de alta-energia a bordo da sonda registraram um aumento de 25% na quantidade de partículas cósmicas que atingem a sonda e recentemente foi observada uma elevação muito rápida em parte do espectro energético. "Desde 7 de maio, os raios cósmicos que atingem a sonda aumentaram 5% em uma semana e 9% em 1 mês", disse o Stone. Essa mudança abrupta na quantidade de partículas energéticas registradas mostra, de acordo com Stone, que os cientistas estão iniciando uma nova era na exploração espacial. Além disso, outra importante medida mostra que as partículas energéticas geradas pelo Sol dentro da heliosfera tiveram apenas um ligeiro declínio e não caíram significativamente como deveriam. Essa queda era esperada quando a nave rompesse a suposta fronteira do Sistema Solar. Os dados enviados pela Voyager 1 ainda estão sendo estudados e uma das buscas é pela mudança nos vetores das linhas do campo magnético ao redor da nave.  Os modelos mostram que enquanto a Voyager estiver dentro da heliosfera as linhas do campo magnético devem fluir de leste para oeste, mas devem passar à direção norte-sul quando a sonda passar definitivamente para o meio interestelar. Pelo menos é isso o que espera os pesquisadores, a maior parte deles crianças e adolescentes quando a Voyager 1 e Voyager 2 foram lançadas em 1977.

Créditos: APOLO11.COM - http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Cientistas_dizem_que_Voyager_esta_a_beira_do_espaco_interestelar&posic=dat_20120615-100052.inc

terça-feira, 5 de junho de 2012

Teorias sobre Planeta X ganham novo fôlego com trabalho brasileiro

Uma das civilizações mais antigas que se tem notícia, os sumérios foram responsáveis por lançar as bases de diversas áreas de conhecimento da sociedade atual, da agricultura ao direito, tendo sido excelentes observadores dos astros. Por volta de 3500 a.C., por exemplo, os escritos e representações sumérias já organizavam nosso Sistema Solar de forma muito similar à que conhecemos hoje. A diferença para a atualidade é que na relação de planetas feita por eles estavam Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Plutão e... Chamado pelos sumérios de Nibiru, mas também conhecido atualmente como Planeta X, esse último corpo celeste teria o tamanho de Júpiter e passaria pelo Sistema Solar a cada 3,6 mil anos, causando estragos pelo caminho, inclusive com danos à Terra.
Civilização de ETs gigantes
Interessado na teoria suméria, o historiador Zecharia Sitchin (1920-2010) orientou suas pesquisas para tentar descobrir que planeta seria esse que completava o mapa do Sistema Solar do povo antigo. Com seus estudos, concluiu que se tratava de Nibiru, mencionado na mitologia suméria como lar de gigantes celestiais chamados Annunaki (ou Nefilim, seu correspondente bíblico). De acordo com a interpretação que fez de textos históricos, Sitchin aponta que os sumérios acreditavam que a civilização (valores sociais, culturais, etc) lhes fora ensinada por esses seres, que teriam chegado à Terra há cerca de 450 mil anos, estabelecendo-se no vale dos rios Tigre e Eufrates. Ali teriam fundado uma colônia para exploração de minérios, especialmente ouro. Além disso, teriam criado o Homo sapiens por meio de engenharia genética a fim de terem escravos que os auxiliassem na expedição. foto: Nasa/Divulgação
Um passeio de 3,6 mil anos
De acordo com as pesquisas de Sitchin, Nibiru e suas luas descreveriam uma órbita lenta e elíptica em torno de uma estrela não muito distante e passariam pelo interior do Sistema Solar a cada 3,6 mil anos, sendo uma espécie de intermediário entre essas duas regiões do universo. O cinturão de asteroides, os cometas, as crateras na superfície da Lua e até mesmo a própria Terra seriam resultado da colisão de Nibiru e Tiamat, outro planeta mítico citado por Sitchin, que ficaria entre Marte e Júpiter. Além de causar desequilíbrios cósmicos, a passagem de Nibiru pelo Sistema Solar ainda se faria sentir por meio de catástrofes naturais, a exemplo do dilúvio de Noé e do desaparecimento de Atlântida, e pela inversão dos polos magnéticos do planeta, causando imensa destruição. foto: Nasa/Divulgação
A Nasa entra no jogo
Em 1906, os astrônomos William Pickering e Percival Lowell observaram ligeiras discrepâncias na órbita de Urano e Netuno e atribuíram essas perturbações ao campo gravitacional de um suposto planeta, que ficou conhecido como Planeta X. Mais tarde, após Sitchin já ter apresentado suas ideias, seus seguidores passaram a relacionar a interpretação do mito sumério com as descobertas da ciência. Em 1982, quando a Nasa reconheceu ser possível a existência de um planeta além da órbita de Netuno, e no ano seguinte, quando lançou o Infrared Astronomical Satellite (IRAS), os discípulos de Sitchin logo suspeitaram da ligação entre os dois eventos, acreditando que a agência espacial estivesse secretamente investigando Nibiru. No mesmo ano, a hipótese tornou-se mais sólida com a publicação de uma entrevista com o cientista-chefe do IRAS, Gerry Neugebauer, no jornal The Washington Post. A matéria afirma que um corpo celeste do tamanho de Júpiter e próximo o suficiente da Terra para ser parte do Sistema Solar fora encontrado na direção da constelação de Órion por um telescópio a bordo do satélite. Nos vídeos disponíveis na internet sobre o assunto, esse achado é tido como uma das provas mais concretas de que Nibiru é reconhecido por órgãos científicos como mais do que uma lenda. foto: Nasa/Divulgação
Planeta X não seria o único
A criação do South Pole Telescope, já em 2009, levantou mais suspeitas dos defensores das teorias acerca do misterioso planeta. Segundo os cálculos que indicam a trajetória orbital, Nibiru só poderia ser observado na época a partir de um local bem ao sul da Terra. Mas de acordo com o professor Renato Las Casas, coordenador do Grupo de Astronomia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), "cada instrumento é desenvolvido com uma determinada finalidade". "Dentro do espectro de luz, a faixa da luz visível seria a mais adequada para detectar um planeta com a descrição de Nibiru, não do infravermelho ou das micro-ondas (correspondentes às faixas de operação do IRAS e ao South Pole Telescope, respectivamente)". Las Casas lembra ainda que há décadas admite-se a possível existência de dezenas, até centenas de planetas para além do nosso Sistema Solar. "Há, inclusive, teorias que apontam para regiões cheias desses corpos, como o Cinturão de Kuiper, mas estima-se que eles não sejam muito maiores do que Plutão", explica. foto: Nasa/Divulgação
A Nasa "sai" do jogo
O lançamento da sonda Voyager, em 1977, posteriormente permitiu um cálculo mais preciso da massa de Netuno, e descobriu-se que as perturbações em sua órbita eram, na verdade, ilusórias. Nenhuma força gravitacional imprevista, ainda mais exercida por um planeta das dimensões que esse teria, foi detectada. Além disso, seria muito pouco provável que Nibiru tivesse força significativa sobre a dinâmica dos polos magnéticos da Terra. "A inclinação magnética da Terra varia de ponto a ponto: o polo sul magnético e o polo sul geográfico, por exemplo, não coincidem. Porém, esses fenômenos estão ligados a processos internos ao planeta, e não a corpos externos", explica o professor Renato Las Casas. Quanto à origem do Cinturão de Asteroides, Las Casas esclarece que não existem teorias conclusivas, mas que, somando-se a massa de todos os asteroides da região, provavelmente não se chegaria à de um planeta, derrubando a hipótese de eles seriam "estilhaços" de uma colisão, como afirma Sitchin. Para o astrônomo Gerry Neugebauer, trata-se mais de uma jovem galáxia do que de um novo planeta. E o mais importante: não haveria corpo celeste em rota de colisão com a Terra. Com tantas evidências científicas, a Nasa resolveu publicar uma série de artigos para desmentir os rumores sobre a existência de Nibiru (em inglês). O mito do Planeta X seria apenas um recorte de dados convenientes à teoria de Sitchin, não necessariamente bem apurados em seu lado histórico e científico. foto: Nasa/Divulgação
Novos rumos às buscas
Agora, um brasileiro pretende trazer o assunto de volta à luz. Em matéria publicada no jornal britânico Daily Mail, o astrônomo Rodney Gomes afirma ter encontrado evidências da existência do Planeta X. Gomes afirma que as órbitas irregulares de pequenos corpos gelados além de Netuno implicam que um planeta quatro vezes maior que a Terra esteja girando em torno do Sol, nas bordas do Sistema Solar. Astrônomo do Observatório Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro, ele mediu as órbitas de 92 objetos do Cinturão de Kuiper e afirmou que seis desses objetos pareciam ser arrastados para fora de curso em comparação com as órbitas esperadas. Ao apresentar a tese a pesquisadores da Sociedade Americana de Astronomia, ele disse que a provável razão para essas órbitas irregulares ocorrerem é a existência de um corpo celeste gigante e poderoso o bastante para mover os objetos do Cinturão. Ele sugere que o planeta esteja 1,5 mil vezes mais distante do Sol do que a Terra. Mesmo em cima do muro, outros astrônomos aplaudiram os métodos utilizados pelo brasileiro. Rory Barnes, da Universidade de Washington, disse à National Geographic que Gomes "traçou um caminho para determinar como um planeta seria capaz de 'esculpir' partes do nosso Sistema Solar". "Por enquanto, a evidência ainda não existe. Acho que o principal ponto que ele demonstrou é que há maneiras de encontrar essas evidências. Mas não acho que haja provas de que o planeta realmente esteja lá", afirmou Barnes. "Conheço Rodney e tenho certeza de que ele fez os cálculos corretos", declarou Hal Levison, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste em Boulder, Colorado.
foto: Nasa/Divulgação

sábado, 2 de junho de 2012

Revista científica lista maiores mistérios atuais da astronomia

'Science' selecionou oito fenômenos ainda não explicados pela física. Lista inclui tópicos como a matéria escura.
Galáxia Abell 1689 teria matéria escura, segundo os astrônomos (Foto: Nasa, ESA, E. Jullo (JPL), P. Natarajan (Yale), & J.-P. Kneib (LAM, CNRS))
A "Science", uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, geralmente traz em suas páginas pesquisas com importantes avanços, que esclarecem questões fundamentais da ciência. Nesta semana, no entanto, a publicação deu espaço a dúvidas que ainda não foram solucionadas. Os editores da revista prepararam uma série chamada "Mistérios da Astronomia", que apresenta oito fenômenos que os especialistas não sabem explicar – ao menos não há um consenso para isso.

O que é energia escura? - Há 14 anos, os cientistas descobriram a energia escura, mas ainda não conseguiram explicar exatamente o que ela é. Pelos conhecimentos que a humanidade tem de física, a expansão do Universo deveria ser cada vez mais lenta. Porém, a expansão está, na verdade, se acelerando. A – desconhecida – causa dessa aceleração recebeu o nome de energia escura. Os astrônomos têm três possíveis explicações para o fenômeno. Ela pode ser alguma propriedade desconhecida do espaço no vácuo, um novo tipo de campo de força – chamado de "quintessência" – ou, ainda, sinal de que as teorias científicas a respeito da gravidade estão incorretas. O grande problema é que os especialistas não têm nem pistas de como poderão fazer experiências para chegar a uma conclusão.

Qual é a temperatura da matéria escura? - A "matéria escura" é uma teoria desenvolvida em 1933 para explicar como as galáxias se mantêm unidas. Uma quantidade de massa invisível explicaria o campo gravitacional que une os corpos celestes de uma galáxia. Os físicos ainda não sabem precisamente o que é a matéria escura, mas provavelmente conseguirão detectar algumas de suas partículas dentro de poucos anos. Até lá, a temperatura dessa matéria permanecerá um mistério. Pela teoria atual, ela deveria ser gelada, mas se admite que ela pode ser bem mais quente.

Onde estão os bárions desaparecidos? - Bárion é um termo genérico para descrever as partículas subatômicas, como os prótons e os nêutrons. Pelos cálculos dos astrônomos, cerca de 10% da massa bariônica do Universo está nas galáxias. Gases quentes intergalácticos também formam 10% do Universo, e outros 30% são nuvens de gases frios. Sobraram 50%, a metade das partículas do Universo, que os cientistas não conseguem localizar. Uma teoria afirma que esses bárions estariam num plasma difuso, mas ainda não há consenso quanto a isso.

Como as estrelas explodem? - A morte de uma estrela não é um processo pacífico. Depois de brilharem por milhões, muitas vezes bilhões de anos, elas se transformam em uma bola de fogo gigante conhecida como "supernova". As supernovas já são objeto de estudo científico há décadas, mas ainda não está claro para os astrônomos quais são os processos que antecedem a explosão dentro das estrelas.

Imagem da supernova RCW 86, feita com a composição de dados obtidos por quatro telescópios diferentes (Foto: Nasa/ESA/JPL-Caltech/UCLA/CXC/SAO)

O que reionizou o Universo?

O estudo da história do Universo tem uma lacuna importante que diz respeito ao que acontece dentro dos átomos. De acordo com a teoria, o Big Bang, a explosão que deu início ao Universo como conhecemos, aconteceu há 13,7 bilhões de anos.
Cerca de 400 mil anos depois disso, com a temperatura já mais fria, a atração natural de prótons e elétrons formaria átomos estáveis de hidrogênio. Centenas de milhões de anos depois, no entanto, algo retirou elétrons desses átomos, e formou íons – que não têm um número estável de elétrons e, por isso são mais propensos a reações. O que não se sabe é o que foi esse algo responsável pela reionização.

Qual é fonte dos raios cósmicos mais energéticos? - Há 50 anos, no estado norte-americano do Novo México, cientistas detectaram uma partícula extremamente energética, que recebeu o nome de raio cósmico. Esse raio era, na verdade, um núcleo de um átomo que vaga pelo Universo trombando em corpos celestes, com uma energia de 100.000.000.000.000.000.000 eV – valor tão alto que não podia ser produzido por nenhum processo conhecido até então. E continua sendo, por que os cientistas ainda não conhecem o processo que gera tamanha energia.

Por que o Sistema Solar é tão bizarro? - Pelo Universo afora, planetas de todos os tipos – quentes, frios, rochosos, gasosos, grandes e pequenos – giram ao redor de estrelas. O Sol é capaz de reunir essa diversidade de planetas em torno de si. Levando em conta massa, composição química e tamanho, Vênus seria o par mais próximo da Terra, mas os planetas são quase opostos. Vênus tem uma atmosfera ácida, densa e quente, e não tem sinais de já ter tido água – enquanto a Terra é cheia de oceanos. A rotação dos dois também é completamente diferente – em Vênus, o dia dura mais que o ano. A comparação entre Terra e Vênus é apenas um exemplo da diversidade encontrada entre os oito planetas e outros corpos celestes do sistema.

Por que a coroa solar é tão quente? - No interior do Sol, onde ocorre fusão nuclear, a temperatura supera os 16 milhões de graus Celsius. Na superfície, a temperatura é bem mais baixa, na casa de 5 mil graus Celsius. Porém, acima da superfície, se forma a coroa solar, onde a temperatura supera 1 milhão de graus Celsius. Os cientistas sabem que a energia solar é suficiente para gerar temperaturas tão altas e que o campo magnético do Sol é forte o bastante para levar a energia até o campo magnético. Os detalhes do processo, no entanto, ainda estão longe de ser um consenso, e há várias teorias conflitantes oferecendo essa explicação.
Fonte: G1